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Em um ano, ambulatório de endometriose de AL atendeu 517 pessoas; veja sintomas da doença

Foto: Carla Cleto

Lançado no dia 8 de março de 2023, Dia Internacional da Mulher, o primeiro ambulatório de Endometriose da rede pública de saúde do Estado completou seu primeiro ano com 517 atendimentos. Deste número, 451 foram realizados em 2023 e 66 nos dois primeiros meses de 2024.

O ambulatório está localizado no Hospital da Mulher (HM), no bairro do Poço, em Maceió, e conta com uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais para realizar o acompanhamento das mulheres afetadas pela doença.

Os atendimentos ocorrem às segundas-feiras, e o encaminhamento é feito através das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que realizam o agendamento por meio do Sistema de Regulação Estadual (Sisreg). No total, são atendidas 24 mulheres por dia.

Diagnóstico

Foto: Cortesia ao Eufêmea

A endometriose afeta diretamente o endométrio, tecido de revestimento interno do útero, que se implanta e se expande para outros órgãos como ovários, trompas, bexiga e intestino.

De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose (SBE), uma em cada dez mulheres sofre com a doença. Estima-se que 8 milhões são afetadas pela doença no país, muitas delas sem saber.

O diagnóstico tardio ocorre principalmente devido à banalização da dor feminina. No entanto, de acordo com a ginecologista especialista em endometriose, Karine Lucena, as cólicas intensas, que persistem mesmo após o uso de medicamentos, são um sinal de alerta.

“Os principais sintomas da endometriose são a dor pélvica crônica, dor durante a relação sexual, infertilidade, dor para evacuar, distensão abdominal. Mas principalmente, dor pélvica e cólica intensa”, reforça.

Segundo Lucena, que atende no ambulatório do estado, para o diagnóstico é necessário que a mulher realize o exame de ressonância magnética da pelve ou uma ultrassom com mapeamento endovaginal.

Tratamento

O tratamento para a endometriose consiste no bloqueio da menstruação, podendo ser realizado através do uso de contraceptivos, como comprimidos, injeções, implantes, DIUs medicados, entre outros. Caberá ao médico analisar e decidir qual o melhor tratamento para cada paciente.

Como parte do tratamento, a presença de outros profissionais, como psicólogos e nutricionistas, é considerada essencial pela ginecologista. Eles ajudarão a paciente a compreender e se adaptar à sua nova realidade diante do diagnóstico.

“Elas precisam de uma equipe multidisciplinar, porque muitas delas ficam abaladas emocionalmente, são dores muito fortes, que afetam, inclusive, a relação delas com o trabalho”, afirma a médica.

Em casos mais severos da doença – a endometriose profunda – a opção de tratamento pode ser a cirurgia para retirada do tecido.

Para alertar sobre a importância de procurar ajuda médica diante dos primeiros sintomas, foi instituído em 13 de março o Dia Nacional da Luta Contra Endometriose, conforme a Lei 14.324 de 14 de abril de 2022.