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“Cadê o meu amor?” – Dating Burnout: A ‘preguiça’ de construir relacionamentos

Você já ouviu falar em burnout, certo? Aquele estresse, esgotamento físico e mental resultante do ambiente e intensidade de trabalho. Mas hoje desejo falar sobre o Dating Burnout: esgotamento nas relações.

Atualmente, muitas pessoas estão relatando sintomas semelhantes ao burnout devido às frustrações amorosas repetidas. A pessoa se sente emocionalmente esgotada, cansada de repetir experiências amorosas frustrantes, e acaba desenvolvendo medo, preguiça ou aversão excessiva a iniciar novos relacionamentos amorosos.

Você já passou por isso?

Um grande contribuinte para essa frustração nos relacionamentos está relacionado aos aplicativos de relacionamento, que nem sempre são apenas do tipo do famoso TINDER, mas qualquer outro que possa proporcionar interação e meios de flertar. Eles nos colocam para avaliar o outro de forma superficial, baseada apenas na atração sexual (física, material e títulos), de maneira imediatista.

Uma pesquisa realizada pelo aplicativo francês Happs – um aplicativo de relacionamento que opera com base em seu GPS e mostra pessoas próximas a você ou que cruzaram seu caminho recentemente – relata que estamos vivendo na era do paradoxo da escolha, onde a diversidade de opções nos leva a passar mais tempo ‘vivendo’ dando likes do que construindo relações mais saudáveis e reais.

O cansaço da paquera pode surgir diante de tantas tentativas frustradas de estabelecer relacionamentos e viver amores intensos, sendo a rejeição ou o desaparecimento uma ação comum entre as pessoas/usuários.

Estamos vivendo em uma era na qual desacreditamos nas relações saudáveis e possíveis. As conexões que ocorrem a partir de trocas inicialmente leves sobre interesses e o universo do outro estão sendo substituídas por uma preocupação maior em saber o que o outro tem ou faz, em vez de quem ele realmente é e o que pensa. Isso se enquadra no famoso conceito de relações líquidas, superficiais e sem conexões.

Não sabemos o que esperar das relações afetivas desta nova geração, que interage diretamente com as novas formas de comunicação e criação de conexões. Seremos então uma geração destinada à busca incessante e cansativa por conexões essenciais? Considerando que nossa realidade tecnológica nos afasta ainda mais dessa realidade?

É importante refletir: Como está a qualidade afetiva das minhas relações? O que busco no outro e o que realmente me conecta com ele?

Estou no Instagram: @layllabrandao

Laylla Brandão

Laylla Brandão

Psicóloga de relacionamentos e sexualidade. Formada em Psicologia (CRP 15/7019), iniciou os atendimentos clínicos com adultos e casais na área dos desenvolvimentos relacionais e da sexualidade humana, auxiliando na redescoberta do prazer pela vida.