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“Minha vida é um milagre”: conheça a história da jornalista Lícia Souto, cofundadora da Revista Alagoana

A jornalista Lícia Souto, aos 26 anos, tem uma história de vida que inspira e emociona. Cofundadora da Revista Alagoana, um importante veículo dedicado à promoção da cultura popular de Alagoas, sua jornada profissional é marcada por desafios, superações e aprendizados. No entanto, um acontecimento inesperado mudou o curso de sua vida: o diagnóstico de câncer de ovário.

Lícia contou ao Eufêmea que perdeu a mãe aos 10 anos e que precisou aprender muitas coisas sozinha. “Foi uma fase muito desafiadora. Apesar de ter um bom suporte familiar desde sempre, precisei enfrentar e aprender muita coisa sozinha, coisas que somente uma mãe pode nos ensinar”, relembra.

Apesar do momento difícil, ela relata que durante sua adolescência conheceu amigos que se tornaram uma parte significativa de sua vida, constituindo uma segunda família para ela.

“Nós crescemos juntos, fazemos parte da vida um do outro, nos apoiamos nos momentos difíceis e celebramos conquistas juntos também. Construir essa base de amizades me ensinou muito sobre ressignificar e permitir-se”, afirma.

A Revista Alagoana

Equipe da Revista Alagoana

Nascida em Garanhuns, Pernambuco, Lícia concluiu o ensino médio em 2017. Ao ver parte de sua família se mudar para Maceió – cidade onde costumava passar suas férias – decidiu prestar vestibular na capital alagoana.

Optou pelo curso de Jornalismo e, durante sua graduação, explorou diversas áreas da comunicação, incluindo política, fotojornalismo e assessoria. Contudo, foi no jornalismo cultural que encontrou sua verdadeira paixão.

O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Lícia se deu a partir da Revista Alagoana, um veículo dedicado a promover a cultura popular do estado, proporcionando visibilidade a artistas e movimentos culturais locais.

Durante a pandemia, a revista fortaleceu-se e cresceu significativamente, adaptando-se às novas circunstâncias e tornando-se uma plataforma para trabalhos que estavam privados de espaços físicos devido ao lockdown e às restrições de saúde pública.

Lícia também foi responsável por desenvolver a marca da revista do zero, uma experiência que agradou e a motivou a estudar e trabalhar com estratégias de branding. “Hoje, meu trabalho cresce cada vez mais nessas duas frentes: na Revista Alagoana, onde conto com uma equipe que colabora comigo no projeto, e paralelamente, atendo outras empresas e marcas”, detalha.

Descoberta do câncer

Foto: Arquivo Pessoal

Imersa em sua carreira, Lícia não poderia prever a notícia que transformaria completamente sua perspectiva de vida: um diagnóstico de tumor no ovário direito. Diante dessa revelação, ela se viu em uma corrida contra o tempo, enfrentando a necessidade urgente de uma cirurgia para remover o tumor, dada a iminência de ruptura. A descoberta veio em maio de 2022.

A cirurgia, que demandou quatro horas, foi bem-sucedida na remoção completa da lesão. No entanto, o processo de recuperação foi complicado, resultando na perda brusca de peso de Lícia, que chegou a pesar 43kg. Após superar essa fase crítica, ela iniciou o tratamento com sessões de quimioterapia.

Como muitas mulheres que enfrentam essa realidade, a queda de cabelo foi a primeira preocupação de Lícia. No entanto, ela logo se deparou com outros desafios.

“Conheci pessoas travando lutas inimagináveis com muita vontade de viver. Aprendi que na vida do paciente oncológico, o cabelo é de fato o menor dos problemas. Passei por tantos momentos difíceis, tantas reações pesadas às medicações que não podem ser comparadas a nada”, desabafa.

Foto: Arquivo Pessoal

“Minha vida é um milagre”

Hoje, Lícia está curada e continua realizando exames de acompanhamento regularmente. Durante o período de tratamento, ela recorda que aprender a reconhecer e valorizar as coisas certas em sua vida, bem como aprender com as histórias e dores dos outros, foi um divisor de águas.

“Hoje, compreendo que minha vida é um milagre. Reconheço todos os pequenos e grandes milagres que ocorreram, guiando-me para os lugares certos, as pessoas certas. Tudo foi providencial”, conclui.