Para o texto de hoje, convidei a Psicóloga Clínica e Organizacional, Dra. Cristiane Souza.
No redemoinho da vida moderna, as mulheres vêm enfrentando desafios que afetam a sua qualidade de vida, o seu bem-estar físico e psicológico.
Para além das competições, a equidade entre gêneros é uma conquista desejável. Os meios de comunicação, nos últimos dias, dizem que as mulheres são 50% dos participantes nas Olimpíadas de Paris, sendo essa paridade uma grande questão da edição histórica. Após quase 130 anos de competição, já chamam “Olimpíada das Mulheres”.
Todavia, vale lembrar que não significa que as barreiras estejam eliminadas. Ainda não temos condições compatíveis com as necessidades femininas, e os direitos de acesso e comportamentos sociais ainda fazem parte da luta das mulheres. Existindo, pois, uma longa “maratona” a percorrer.
São inúmeros os desafios de acesso a trabalho, alimentação, moradia e educação, machismo, estrutura patriarcal e racista e os efeitos da pandemia, diante de uma sociedade acelerada, de aparências moldadas, que muitas vezes mostra vidas perfeitas.
As mulheres experimentam o estresse, a ansiedade e a depressão de formas singulares, com prevalência maior de distúrbios mentais entre elas – 1 a cada 5 mulheres sofrem de depressão e ansiedade. Atualmente, a depressão é a maior causa de afastamentos de trabalho no mundo – e é 50% maior entre mulheres. Em suma, os estudos indicam uma maior suscetibilidade a condições mentais debilitantes entre a população feminina.
Com isso, devemos ampliar a visão sobre os tipos de cuidados necessários à mulher, porque diante de múltiplos papéis e responsabilidades, é importante encontrar, no autocuidado, o cultivo de uma vida emocionalmente saudável, mais equilibrada e satisfatória. E para melhorar a saúde emocional e mental, recomendo:
1.Estabelecer limites dizendo “não” quando necessário, definindo limites nos relacionamentos, aprendendo a delegar tarefas, garantindo que haja espaço para cuidar de si mesma.
2. Priorizar uma rotina equilibrada que inclua tempo dedicado ao trabalho, descanso, exercícios físicos, alimentação saudável e atividades prazerosas, sendo imprescindível para nutrir o bem-estar.
3. Definir os momentos para o autocuidado, a exemplo de atividades que tragam alegria e satisfação, porque com uma rotina equilibrada, fica muito mais fácil construir um ambiente melhor.
4. Atenção ao corpo, sabendo que o exercício físico contínuo é uma prática para liberar endorfinas, neurotransmissores responsáveis por promover sentimentos de felicidade e bem-estar, reduzindo o estresse e a ansiedade. Dormindo o necessário para o funcionamento adequado do cérebro e para a regulação das emoções.
5. Manter uma dieta equilibrada e nutritiva, como alimentos saudáveis – frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras, que contribuem para o bem-estar emocional e mental.
6. Conectar-se com outras pessoas, pois é sabido que o compartilhamento de sentimentos com familiares ou grupos de interesses culminam em relacionamentos saudáveis com benefícios para a saúde mental, proporcionando um senso de pertencimento e apoio emocional. Conversar com pessoas de confiança pode aliviar o peso emocional de desafios e preocupações, além de fortalecer as habilidades sociais e emocionais.
7. Praticar atividades que façam feliz -ler um livro, ouvir música, pintar, cozinhar ou praticar hobbies são maneiras de aliviar o estresse e aumentar a satisfação pessoal. São práticas simples que podem ajudar a reduzir a ansiedade, melhorar o humor e aumentar a sensação de bem-estar. Além de dedicar tempo para nós mesmos e para as coisas que nos trazem felicidade.
8. Busque ajuda profissional – uma decisão valiosa para cuidar da saúde emocional e mental. Portanto, opte por profissionais qualificados para oferecer suporte emocional, orientação e estratégias para lidar com problemas. Através da psicoterapia, inclusive, podemos explorar nossos sentimentos, compreender padrões de pensamentos e aprender técnicas de enfrentamento para lidar com desafios emocionais.
E, por todas as recomendações supracitadas, importante que sejamos gentis conosco. Experimentemos a autoaceitação ao cultivar um relacionamento mais amável e autocuidadoso, fortalecendo nossa autoestima, nos tornando mais resilientes diante dos desafios da vida e, assim como uma atleta olímpica, buscar a superação!
Às mulheres, a minha homenagem, principalmente aos milhões de brasileiras que encaram diariamente a “rotina” das “olimpíadas da vida”, sendo grandes medalhistas de ouro.
Dra. Cristiane Souza
Psicóloga Clínica e Organizacional | Doutora em Linguística | Pesquisadora | Escritora | Professora de Pós-graduação e MBA | Palestrante | Gestão de pessoas | Podcaster | Membro da Academia Maceioense de Letras.