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Transtornos alimentares no público masculino: uma realidade invisível

Quando pensamos em transtornos alimentares, é comum associarmos o problema ao público feminino. Contudo, os transtornos alimentares também afetam os homens, embora ainda sejam subdiagnosticados e subvalorizados. A desinformação e o estigma em torno do tema dificultam o reconhecimento e o tratamento, tornando fundamental abordar essa questão com seriedade.

Quero começar te apresentando: o que são transtornos alimentares?

São condições psicológicas graves caracterizadas por padrões disfuncionais de comportamento alimentar, imagem corporal distorcida e preocupações excessivas com peso e aparência. Entre os mais comuns estão a anorexia nervosa, a bulimia nervosa e o transtorno de compulsão alimentar.

Os homens também sofrem, embora as mulheres sejam mais frequentemente diagnosticadas. Estima-se que entre 10% e 25% das pessoas com transtornos alimentares sejam homens. Esse número pode ser ainda maior devido à falta de reconhecimento dos sintomas no público masculino e à relutância em buscar ajuda, muitas vezes motivada pelo estigma cultural. O transtorno de compulsão alimentar, por exemplo, é o mais prevalente entre homens, representando cerca de 30% a 40% dos casos.

Fatores de risco no público masculino


Existem fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento de transtornos alimentares em homens, como:

  • Pressão social: A idealização de corpos musculosos e “perfeitos” nas redes sociais, filmes e esportes cria expectativas irreais e insatisfação corporal.

  • Esportes específicos: Atletas de modalidades como luta, fisiculturismo ou corrida são mais propensos a desenvolver comportamentos alimentares disfuncionais devido à pressão por um peso ou físico específico.

  • Questões emocionais: Baixa autoestima, ansiedade e depressão podem levar ao uso da alimentação como forma de controle ou compensação.

Por que os casos masculinos são subdiagnosticados?

  • Estereótipos de gênero: Existe a percepção equivocada de que transtornos alimentares são exclusivamente femininos, o que faz com que os sintomas em homens sejam frequentemente ignorados.

  • Sintomas mascarados: Homens podem apresentar sintomas menos evidentes, como foco excessivo em treinos e dietas, dificultando o diagnóstico.

  • Relutância em buscar ajuda: O medo de julgamento ou vergonha pode levar muitos homens a evitar o tratamento.

Vale ressaltar a importância do diagnóstico e do tratamento. Esses transtornos são condições graves, com impacto significativo na saúde física e mental. Os homens enfrentam os mesmos riscos que as mulheres, como desnutrição, problemas cardiovasculares, depressão e isolamento social. O tratamento precoce, que combina psicoterapia, suporte nutricional e, em alguns casos, medicação, é essencial para promover a recuperação.

Os transtornos alimentares no público masculino são uma realidade que não pode mais ser ignorada. Ao falar sobre o tema e promover a busca por ajuda, damos passos importantes para a conscientização e para a criação de um ambiente mais acolhedor e inclusivo. Afinal, saúde mental e bem-estar são direitos de todos.

Luanna Ávila – @luannaavilapsi
Psicóloga Clínica CRP 15/5512
Terapeuta do Esquema e pós-graduada em Comportamento Alimentar

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Natasha Taques

Psicóloga clínica (CRP-15/6536), formada em Terapia do Esquema pelo Instituto de Educação e Reabilitação Emocional (INSERE), Formação em Terapia do Esquema para casal pelo Instituto de Teoria e Pesquisa em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (ITPC).