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Acusado de estupro, influenciador Kel Ferreti deu socos, mordidas e tapas na vítima: ‘Imaginei que iria morrer’

Foto: Reprodução/Instagram

O influenciador digital e ex-policial militar Kleverton Pinheiro de Oliveira, conhecido como Kel Ferreti, foi denunciado pelo Ministério Público de Alagoas (MP/AL), pelo crime de estupro contra uma mulher. Ele também foi indiciado pela Polícia Civil de Alagoas pelos crimes de lesão corporal e estupro. A vítima relatou que “imaginou que iria morrer”.

Kel está preso, desde o começo do mês, por envolvimento com organização criminosa que lava dinheiro com jogos de azar online. A advogada de defesa de Kel disse que iria se pronunciar ainda hoje por meio de um vídeo.

Segundo a denúncia, a vítima conheceu Kel por meio de um grupo de apostas do jogo conhecido como jogo do tigrinho. O denunciado, que atuava como gestor do grupo, oferecia dinheiro como incentivo para os participantes que se cadastrassem nos jogos utilizando o link fornecido por ele.

Quando a vítima entrou no grupo, foi contatada pelo denunciado em uma conversa privada, ocasião em que ele solicitou seus dados bancários para realizar o pagamento via Pix. No entanto, em vez de depositar o valor usual de R$ 50,00, que era comumente repassado aos membros do grupo, o denunciado fez um Pix de R$ 100,00 em favor da vítima.

Nos dias seguintes, Kel continuou conversando com a vítima, que, por estar em situação de necessidade financeira, manteve o contato. Durante as conversas, a vítima solicitou ao denunciado doações e pequenos empréstimos, como valores de R$ 100,00, pedidos que eram frequentemente atendidos pelo denunciado.

O denunciado chegou a perguntar à vítima quanto ela cobrava para ficar com ele, ao que ela respondeu que não era garota de programa. Em outro momento, o denunciado afirmou que tinha gostado dela, mas acrescentou que achou ela ‘muito doida’.

Na sequência das conversas, o denunciado insinuou que a vítima precisaria ‘dar coisas em troca’ para receber mais dinheiro. Ele também a instruiu a enviar fotos e vídeos íntimos.

Socos, mordidas…

Eles marcaram de se encontrar no dia 16 de junho em uma pousada no bairro da Cruz das Almas, em Maceió. Segundo a denúncia, Kel disse à vítima que “que estava com muita vontade de encontrá-la e que estava precisando de ‘algo fora’, pois não aguentava mais a esposa”.

Ao chegar ao local, a vítima ficou aguardando a chegada do denunciado, que apareceu pouco tempo depois e parecia ter familiaridade com o ambiente. A vítima tentou iniciar uma conversa, mas o denunciado declarou desinteresse e fingiu estar ocupado conversando no WhatsApp.

Ainda de acordo com a denúncia, de forma agressiva, Kel começou a beijar a boca da vítima mordendo-a, e chegando a penetrar o pênis em sua vagina sem que a referida estivesse lubrificada, tendo a machucado. Ele também chegou a dar socos nas costelas e no quadril da vítima, além de ter desferido tapas fortes no rosto da vítima; um golpe com a mão fechada chegou a pegar de raspão no rosto (lado esquerdo) da vítima. A sequência de golpes deixou o rosto da referida inchado.

Ele também seguia penetrando-a com brutalidade, exercendo muita força e a machucando, tendo a vítima demonstrado sentir dor, contorcendo-se e tentado se afastar do denunciado, porém, com medo da violência dele e que este pudesse matá-la.

A vítima relata que chorou durante o ato e, mesmo percebendo o choro compulsivo, o denunciado não parou. Ao final, a vítima continuou chorando e segurando o rosto, afirmando que estava machucada. Em resposta, o denunciado apenas sugeriu que ela colocasse gelo no local.

A vítima, então, fez uma compressa com uma toalha, colocando gelo, e a colocou no rosto numa tentativa de diminuir a dor que sentia. Neste momento, o denunciado afirmou que “tinha durado pouco” e que “se tivesse bebido e usado ‘loló’, ele teria ‘durado’ umas 3 horas”, tendo a vítima entendido que, se assim fosse, o denunciado teria batido nela nas condições descritas por estas mesmas 3 horas.

Um tempo depois, Kel passou a morder os seios da vítima com força, mesmo ela comunicando que estava doendo. Ele dizia que “iria arrancar os peitos dela”. A vítima se encolheu, colocando a mão no rosto e dizendo que não aguentava mais, mas Kel dizia que ela “gostava de apanhar”, dando mais dois tapas no rosto dela e segurando o pescoço dela, estrangulando-a.

A denúncia acrescenta que “ao terminar os atos de estupro, o denunciado vestiu a roupa e logo se despediu da vítima, afirmando que tinha cerveja e que ela poderia beber/ingerir, tendo, ainda, perguntado se ela teria gostado ‘do Kell Ferreti’ (referindo-se a si mesmo em terceira pessoa)”.

De acordo com o relato dela que consta no processo, ela imaginava que iria morrer. Nos dias seguintes, a vítima registrou o Boletim de Ocorrência e foi atendida no Hospital da Mulher.

Leia Mais: Kel Ferreti é preso em Maceió, sob acusação de liderar esquema criminoso

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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.