A chegada de um bebê é um momento de grandes emoções e desafios para a mãe. Além das mudanças físicas e hormonais, o pós-parto pode trazer sentimentos de culpa, ansiedade e fragilidade emocional. Por isso, cuidar da saúde mental materna é tão importante quanto zelar pelo bem-estar do bebê.
A psicóloga clínica e mentora de mulheres, Fabíola Brandão, explica que cada gestação é única e traz desafios específicos para a saúde mental da mãe. Segundo ela, fatores como as mudanças hormonais, a experiência do parto — seja cesariana ou normal — e a amamentação influenciam diretamente o estado emocional no pós-parto.
Foto: Cortesia ao Eufêmea
“Cada gestação tem suas particularidades. Seja o primeiro filho ou o terceiro, há impactos significativos na saúde mental da mãe”, diz.
Durante os primeiros dias após o nascimento do bebê, é comum que a mãe enfrente sentimentos de fragilidade emocional. A psicóloga Fabíola Brandão explica que essa fase pode ser marcada por choros aparentemente sem motivo, sentimentos de culpa ou ansiedade.
“Nos primeiros dias do pós-parto, é natural que a mãe passe por oscilações emocionais. No entanto, quando esses sentimentos persistem e se intensificam, podem evoluir para um quadro de depressão pós-parto”, alerta Fabíola.
A psicóloga destaca ainda que sintomas como isolamento, dificuldade em se alimentar ou cuidar de si mesma, e comportamentos de rejeição ao próprio bebê são indicadores de que é hora de buscar ajuda especializada.
Rede de apoio
Outro ponto destacado por Fabíola Brandão é a importância de uma rede de apoio eficiente para a mãe no pós-parto. Segundo a psicóloga, contar com um ambiente acolhedor faz toda a diferença nesse período de intensas mudanças.
“Essa rede deve ser composta por pessoas que possam ouvir a mãe sem julgamentos e apoiá-la emocionalmente”, enfatiza Fabíola.
Ela ressalta que o suporte pode vir de familiares, amigos ou até mesmo grupos especializados, ajudando a mãe a lidar com os desafios emocionais e práticos da nova rotina.
“Antes de ser mãe, se é uma mulher”
Outro aspecto relevante apontado pela especialista é o autocuidado. Segundo Fabíola Brandão, é comum que, ao nascer a mãe, a mulher seja esquecida.
“Costuma-se dizer que, quando uma mulher engravida, nasce uma mãe. Porém, muitas vezes, ao nascer a mãe, a mulher é esquecida. Antes de ser mãe, ela é uma mulher, com gostos, vontades e uma rotina própria”, destaca a psicóloga.
Fabíola reforça que práticas simples, como manter uma alimentação equilibrada, tomar banhos revigorantes e buscar momentos de descanso, são fundamentais para a saúde mental da mãe.
“Pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas de autoconhecimento. Reconhecer os próprios limites é essencial para cuidar de si mesma e, consequentemente, do bebê”, enfatiza.
Expectativas irreais
Foto: Cortesia ao Eufêmea
A psicóloga Karla Karolyne explica que muitas mães relatam sentimentos de culpa ao tentarem equilibrar as demandas da maternidade. Segundo ela, essa sensação geralmente surge de expectativas irreais, pressões internas e externas e da constante percepção de que nunca estão fazendo o suficiente.
“Essas emoções geralmente surgem de expectativas irreais, cobranças internas e externas, e da sensação de que nunca estão fazendo o suficiente. A maternidade não é sobre perfeição, mas sobre conexão”, enfatiza Karla.
Para lidar com essas emoções de forma mais saudável, a especialista recomenda algumas estratégias:
Reavaliar as expectativas: refletir sobre as cobranças impostas a si mesma, buscando um olhar mais realista e compreensivo.
Praticar a autocompaixão: substituir a autocrítica por uma abordagem mais acolhedora consigo mesma.
Estabelecer prioridades: identificar o que é essencial e deixar tarefas menos urgentes para depois.
Reservar momentos para si: praticar pequenas atividades que ajudem a aliviar a ansiedade e recarregar as energias.
Buscar ajuda profissional: procurar acompanhamento psicológico caso os sentimentos de culpa e sobrecarga sejam persistentes ou intensos.
Como cuidar da saúde emocional?
Para a psicóloga Karla Karolyne, cuidar da saúde emocional no pós-parto envolve acolher as próprias emoções sem culpa, pedir ajuda e compartilhar responsabilidades sempre que necessário.
“Priorizar o descanso, aproveitando os momentos em que o bebê dorme, e manter hábitos saudáveis, como uma boa alimentação, hidratação e pequenas caminhadas que ajudem a aliviar o estresse”, recomenda.
Ela também destaca que práticas de mindfulness, como exercícios de respiração, podem ser aliadas no controle da ansiedade e no equilíbrio emocional.
“Reservar momentos para si mesma, evitar comparações com outras mães e comunicar-se abertamente com familiares, definindo limites saudáveis, são atitudes que fazem a diferença. Caso a tristeza ou a ansiedade sejam persistentes, buscar apoio profissional é fundamental, pois cuidar de si é essencial também para o bem-estar do bebê”, conclui.
Jornalista formada pela Universidade Federal de Alagoas e colaboradora no portal Eufêmea, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Sinturb de Jornalismo em 2021. Em 2024, obteve duas premiações importantes: primeiro lugar na categoria estudante no 2º Prêmio MPAL de Jornalismo e segundo lugar no III Prêmio de Jornalismo Científico José Marques Melo.
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