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Por que hoje temos mais diagnósticos de transtornos do espectro autista e TDAH?

Nos últimos anos, temos observado um aumento significativo no número de diagnósticos de Transtornos do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Essa tendência tem gerado questionamentos sobre as causas desse fenômeno. Por que mais crianças e adultos estão sendo diagnosticados com esses transtornos? Vamos explorar alguns dos fatores que podem contribuir para essa realidade.

No texto de hoje, convidei João Henrique Correia Ferreira (CRP 15/6973), psicólogo clínico comportamental especializado no atendimento de crianças, adolescentes e adultos com neurodivergências e altas habilidades/superdotação. Ele possui formação em Terapia do Esquema e Avaliação Psicológica.

1. Maior Conscientização e Educação

Uma das razões mais significativas para o aumento nos diagnósticos é a crescente conscientização sobre o TEA e o TDAH, tanto entre profissionais de saúde quanto entre pais e educadores. Nos últimos anos, campanhas de sensibilização e educação têm sido realizadas, resultando em um maior reconhecimento dos sinais e sintomas desses transtornos. Com mais informações disponíveis, as pessoas estão mais propensas a buscar ajuda e avaliação.

2. Melhoria nos critérios de diagnóstico

Os critérios para o diagnóstico de TEA e TDAH também se tornaram mais abrangentes e detalhados. A atualização dos manuais diagnósticos, como o DSM-5-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), permitiu que uma gama mais ampla de comportamentos e características fosse considerada na avaliação. Isso significa que mais indivíduos que, antes, poderiam não ter sido diagnosticados agora são reconhecidos como parte do espectro.

3. Aumento da demanda por serviços de saúde mental

Com um crescimento geral na demanda por serviços de saúde mental, mais pessoas estão buscando ajuda. A desestigmatização das questões de saúde mental tem incentivado pais e adultos a procurar avaliações e tratamentos. Essa busca ativa por diagnóstico e suporte tem contribuído para o aumento das taxas de diagnóstico.

4. Fatores ambientais e genéticos

Embora a conscientização e os critérios de diagnóstico desempenhem um papel fundamental, fatores ambientais e genéticos também podem influenciar o aumento dos diagnósticos. Estudos sugerem que a interação entre predisposições genéticas e fatores ambientais pode estar relacionada ao desenvolvimento de transtornos como o TEA e o TDAH, embora a pesquisa ainda esteja em andamento nesse campo.

5.Diagnóstico precoce e intervenção

O diagnóstico precoce tem sido cada vez mais incentivado, com profissionais de saúde sendo orientados a identificar sinais de TEA e TDAH desde os primeiros anos de vida. Esse enfoque permite intervenções mais eficazes, ajudando as crianças a desenvolverem habilidades sociais e acadêmicas de forma mais apropriada.

O aumento nos diagnósticos de Transtornos do Espectro Autista e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade é um fenômeno multifacetado, impulsionado por uma combinação de fatores sociais, educacionais e clínicos. É essencial continuar promovendo a conscientização e oferecendo suporte adequado a indivíduos e famílias afetadas, garantindo que todos tenham acesso ao tratamento e aos recursos necessários para prosperar.

Se você ou alguém que você conhece está passando por dificuldades relacionadas a esses transtornos, não hesite em procurar ajuda profissional. Juntos, podemos construir um futuro mais inclusivo e compreensivo.

Estou no Instagram: @vinculos.psi

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Natasha Taques

Psicóloga clínica (CRP-15/6536), formada em Terapia do Esquema pelo Instituto de Educação e Reabilitação Emocional (INSERE), Formação em Terapia do Esquema para casal pelo Instituto de Teoria e Pesquisa em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (ITPC).