Uma mulher foi agredida com socos no último sábado, 29 de março, dentro da casa de shows Maikai, em Maceió. O agressor foi identificado como motorista e segurança do diretor industrial da Braskem Alagoas. O Eufêmea teve acesso aos vídeos que registraram a agressão e conversou com a vítima, com a amiga dela — ex-namorada do agressor — e com a advogada Andrea Alfama.
De acordo com o relato da vítima, o homem é ex-namorado de uma amiga dela e teria se incomodado ao ver que a ex-companheira estava em um novo relacionamento. No mesmo dia da agressão, ele já havia feito uma ligação ao atual namorado da ex, onde teria feito diversas insinuações e ameaças veladas.
Nesse mesmo dia, a vítima e a amiga identificada como Emanuella Idalino, foram ao Maikai. “Passei ao lado dele, e ele deve ter entendido como um afronte, e veio me agredir”, disse a vítima ao Eufêmea. Após passar por ele, o homem desferiu vários socos contra ela.
“Saiu me socando e eu andando de costas tentando me sair. Cheguei a cair, e ele me agredindo no chão. Levantei e tentei sair, meio tonta de tantos socos, e caí novamente no último, até que ele cessou com as agressões e foi contido por pessoas”, afirmou. Ela disse que a única pessoa a tentar tirá-la daquele momento foi a amiga Emanuella.
A vítima relata que, durante a agressão, gritou por socorro diversas vezes, mas ninguém interveio de imediato. “Eu pensei que ia morrer. Gritava por ajuda e ninguém fazia nada”, disse.
Segundo ela, os seguranças da casa de shows demoraram a aparecer, mas, quando chegaram, prestaram o suporte necessário. “Nos levaram para a salinha de segurança, o bombeiro civil fez os primeiros atendimentos, se disponibilizaram a ceder as imagens, foram bem solícitos”, afirmou.
O homem foi conduzido à Central de Flagrantes, mas a forma como o caso foi registrado revoltou a vítima. De acordo com ela, o agressor chegou machucado à delegacia porque acabou sendo atingido com uma garrafada. Isso, no entanto, teria influenciado no enquadramento da ocorrência.
“Como não se tratava de Maria da Penha, registraram como vias de fato. O que me causou muita revolta, porque eu só consegui ler o documento no dia seguinte. Na hora, no calor da emoção, nem prestei atenção. Não ouviram as testemunhas, apenas registraram como queriam”, desabafou.
Emanuella, ex-namorada do agressor e amiga da vítima, também conversou com o Eufêmea. Abalada com o ocorrido, ela afirma que espera justiça e fez um alerta às mulheres. “Nunca achem que seu companheiro ou ex não é capaz de algo. Porque sempre é”, declarou.
Providências legais estão em andamento
A advogada das vítimas, Andrea Alfama, informou que as providências legais já estão em andamento. Segundo ela, foi registrado boletim de ocorrência em nome da ex-namorada do agressor, que até então não havia formalizado a denúncia. A Justiça deferiu um pedido de medida protetiva em favor dela.
“Em relação à vítima da agressão no Maikai, ingressamos com um pedido de medida cautelar para que ele não faça nenhum tipo de contato com ela e que compareça periodicamente ao juizado”, explicou a advogada. Ela acrescenta que a equipe aguarda a conclusão do inquérito policial para dar início aos trâmites da ação penal.
A advogada também ressalta que as imagens registradas pelas câmeras de segurança são perturbadoras e comprovam a gravidade da agressão. Para ela, não há qualquer justificativa possível para o ato violento.
“Os vídeos disponibilizados pela casa são chocantes. Absolutamente nada justifica a agressão covarde desferida por esse homem. Todas as providências legais estão sendo tomadas para que o agressor responda nos ditames legais por essa barbárie cometida”, declarou.
NOTA: O Eufêmea opta por não divulgar os vídeos por entender que esse conteúdo não está alinhado com a nossa linha editorial, pautada pelo respeito às vítimas e pela responsabilidade na informação.
O que diz a Braskem?
Confira a nota na íntegra:
A Braskem tomou conhecimento do ocorrido e informa que não comenta investigações em andamento, mas reforça que para a empresa o respeito e a segurança das pessoas são valores inegociáveis, assim como repudiamos toda e qualquer tipo de violência.