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As infecções íntimas atingem a região genital e podem ser causadas por vírus, bactérias ou fungos. Sintomas como coceira, dor e incômodo levam muitas mulheres a buscar soluções rápidas, recorrendo à automedicação. No entanto, o uso de medicamentos sem orientação profissional pode apenas disfarçar os sintomas, adiar o tratamento correto da infecção e favorecer o surgimento de outros problemas de saúde.
Os riscos da automedicação em infecções íntimas

Muitas mulheres recorrem à automedicação sem a orientação de um profissional de saúde. No entanto, segundo a ginecologista Camilla dos Anjos, tratar uma infecção de forma inadequada pode favorecer a proliferação de outros germes e agravar o quadro.
“Uma vaginose bacteriana que não é tratada corretamente pode predispor à proliferação de outros germes, causando uma infecção conjunta que pode evoluir para quadros mais sérios”, explica.
Entre as consequências mais graves, a ginecologista destaca o surgimento da cervicite — inflamação no colo do útero — que, se negligenciada, pode evoluir para uma doença inflamatória pélvica crônica, uma das principais causas de infertilidade.
Sintomas de infecção íntima: quando procurar ajuda médica
Camilla dos Anjos ressalta que a paciente, sozinha, não consegue identificar com precisão se está com uma infecção íntima. No entanto, alguns sinais servem de alerta para buscar o diagnóstico correto.
“Mudanças no padrão da secreção vaginal, cheiro ou consistência diferente do habitual, dor durante a relação sexual ou coceira intensa na região íntima são sintomas de que a mulher deve procurar ajuda médica”, orienta a ginecologista.
O diagnóstico é realizado por meio de exames físicos e laboratoriais, que analisam a secreção vaginal para identificar o germe causador da infecção e indicar o tratamento mais adequado.
Vaginose e candidíase: por que não se automedicar

A vaginose bacteriana e a candidíase estão entre as infecções íntimas mais comuns em mulheres. Como apresentam sintomas semelhantes, muitas vezes são confundidas sem o diagnóstico médico, o que pode impedir o tratamento adequado.
A farmacêutica Karla Lima explica que um erro frequente é iniciar o tratamento sem saber se a infecção é causada por fungos ou bactérias. Segundo ela, isso pode levar à persistência dos sintomas ou ao surgimento de infecções mais resistentes.
Além disso, Karla alerta que a automedicação pode mascarar sinais de infecções mais graves, atrasando o início do tratamento correto. O uso indiscriminado de medicamentos também pode causar desequilíbrios no sistema imunológico.
“Outro problema frequente é interromper o tratamento assim que os sintomas desaparecem, acreditando que a infecção já foi curada. Esse hábito pode fazer com que a infecção volte mais forte ou se torne recorrente”, afirma.
O papel da farmacêutica na prevenção da automedicação
Karla Lima afirma que os medicamentos mais procurados por mulheres nas farmácias são os cremes vaginais, como nistatina e miconazol, e os antifúngicos orais, como fluconazol e itraconazol. Ela destaca que, apesar de populares, esses medicamentos devem ser usados apenas com orientação profissional.
“Em casos como esse, o papel do farmacêutico é fundamental para orientar e prevenir a automedicação. É importante ouvir as queixas, esclarecer dúvidas e, se necessário, indicar a busca por atendimento médico”, explica.
Karla reforça que apenas com um diagnóstico correto é possível garantir o tratamento seguro e eficaz das infecções íntimas.