Foto: Cortesia à Eufêmea
A tecnologia costuma ser tratada como sinônimo de progresso. De futuro. De modernidade. Mas é hora de encarar um fato desconfortável: se a inovação não for construída com diversidade e consciência crítica, ela não avança — apenas digitaliza os mesmos preconceitos de sempre.
O futuro, afinal, não é inevitavelmente melhor. Ele é moldado por decisões do presente. E se essas decisões são tomadas por um grupo homogêneo — em sua maioria homens, brancos, cis, sem filhos e de determinadas classes sociais —, o resultado inevitável será uma tecnologia que não reconhece, não representa e não serve a grande parte da população.
Não é teoria. São fatos.
Um dispenser de sabão automático que não reconhece mãos pretas. Uma câmera digital que sinaliza olhos “fechados” quando a pessoa é oriental. Uma campanha publicitária recente, como a do Boticário, que sugere que uma mulher seduz um homem apenas para que ele pague suas compras.
E, de forma ainda mais estrutural, os modelos de inteligência artificial mais utilizados no mundo — como apontou uma pesquisa da Unesco — reforçando estereótipos de gênero e raça em suas respostas. A IA associando mulheres a “família” e “lar”, enquanto associa homens a “negócios” e “carreira”. Produzindo, em muitos casos, conteúdo misógino, racista e sexista.
Esse não é o futuro que queremos. É o passado mal disfarçado com interface moderna.
E o problema não está na tecnologia em si — mas em quem a constrói e em que valores ela é treinada.
É por isso que precisamos falar de diversidade não só como pauta de RH, mas como fundamento da inovação.
Enquanto mulheres, mães, pessoas negras, pessoas com deficiência e outras identidades marginalizadas forem mantidas fora dos centros de decisão tecnológica, seguiremos criando soluções que não resolvem os problemas reais de quem mais precisa de mudança.
Na Sandora, nossa escolha foi clara desde o início: inovar com propósito. Nossa inteligência artificial, a Sandy, foi criada para acolher mulheres em situação de violência e ajudá-las a reconhecer e agir diante de abusos — emocionais, psicológicos ou físicos. Desenvolvemos ferramentas para medir riscos psicossociais no ambiente de trabalho e ajudamos empresas a se adequarem às normas de segurança emocional e igualdade de gênero.
Não porque está na moda. Mas porque inclusão é um critério de qualidade — e de justiça.
Não basta que a inovação seja nova. Ela precisa ser justa.
E para isso, é preciso ampliar quem está à mesa criando, programando, decidindo, financiando.
A próxima revolução tecnológica precisa ser interseccional.
Ou ela será apenas mais uma repetição do que já conhecemos — só que em alta resolução.
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