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DIU pode sair do lugar? Entenda os riscos, sinais e cuidados com o método contraceptivo

Quando falamos em contracepção, o DIU (dispositivo intrauterino) é um dos métodos mais eficazes e de longa duração. Por ser prático, discreto e seguro, muitas mulheres o escolhem para ter mais autonomia no dia a dia. No entanto, sempre surge a dúvida: o DIU pode sair do lugar ou até “desaparecer”?

Essa preocupação voltou à tona nas redes sociais após a influenciadora Sofia Santino revelar que o DIU que havia colocado não foi localizado em duas ultrassonografias transvaginais. A notícia gerou surpresa e inúmeros comentários de mulheres que também usam o dispositivo. Afinal, será que isso é possível?

Para responder a essa pergunta, a Eufêmea conversou com a médica Caroline Monteiro, que explicou detalhadamente os riscos, os sinais de alerta e os cuidados que devem ser tomados.

Caroline Monteiro/ Foto: Arquivo pessoal

O DIU pode realmente sumir do corpo?

Segundo Caroline, é essencial desfazer esse mito. “O DIU não desaparece do corpo. O que pode acontecer é a expulsão do dispositivo, seja porque ele ficou mal posicionado dentro do útero ou porque migrou para a cavidade abdominal, principalmente nos primeiros meses de adaptação”, esclarece.

Entenda: Quer colocar o Diu? Entenda como funciona o Ambulatório Estadual de Planejamento Reprodutivo em Maceió

Durante esse período, o corpo pode considerar o DIU como um corpo estranho e expulsá-lo naturalmente. Além disso, cólicas intensas no período menstrual ou contrações uterinas podem favorecer o deslocamento. Já algumas condições anatômicas, como útero retrovertido ou malformado, também aumentam os riscos de o DIU sair do lugar.

Quais são os sinais de que o DIU pode sair do lugar?

De acordo com a médica, há indícios claros de que o dispositivo não está posicionado corretamente.

O primeiro sinal é a perda do fio. Durante o toque vaginal, nem a paciente nem o médico conseguem identificá-lo, o que já levanta suspeita. Outro alerta importante é quando a mulher sente dores fortes e persistentes, acompanhadas de sangramentos anormais ou dificuldade de adaptação.

Além disso, sintomas infecciosos exigem atenção imediata. Febre, corrimento amarelado com odor desagradável e dor pélvica podem indicar inflamações relacionadas ao DIU. Nesses casos, é fundamental procurar um ginecologista.

O que fazer se o DIU não for localizado?

Se houver suspeita de que o DIU pode ter saído do lugar, o primeiro passo é realizar o exame ginecológico com toque vaginal e depois a ultrassonografia pélvica transvaginal. Esse exame mostra se o dispositivo continua no útero.

No entanto, se ele não for encontrado, existe a chance de estar na cavidade abdominal. Nessa situação, exames de imagem mais detalhados são necessários. Em alguns casos, pode ser preciso realizar cirurgia para a remoção.

“Um DIU não localizado pode causar complicações, como a perfuração do útero ou até de outras estruturas da cavidade abdominal. Por isso, é essencial investigar e, se necessário, recorrer a procedimentos como laparoscopia ou histeroscopia”, reforça Caroline.

O DIU continua sendo seguro?

Mesmo com essas intercorrências, a especialista lembra que o DIU continua sendo um dos métodos mais confiáveis.

Índice de Pearl

“Apesar dos riscos, o DIU segue sendo um método contraceptivo eficaz de longa duração. Utiliza-se o índice de Pearl para avaliar a eficácia dos métodos, e o DIU apresenta resultados satisfatórios”, explica Caroline.

Ou seja: casos de deslocamento são raros e, quando existe acompanhamento adequado, a chance de complicações é muito pequena.

Como evitar complicações com o DIU?

Caroline ressalta que a segurança depende de alguns cuidados. Um profissional capacitado deve realizar a inserção, sempre após exames prévios, como ultrassom e citologia, para descartar infecções ou más-formações.

Além disso, é indispensável o acompanhamento regular, com consultas semestrais. Assim, é possível confirmar o bom posicionamento e agir rapidamente caso algo saia do esperado.

Outro ponto importante é que, assim como a pílula, o implante ou os contraceptivos injetáveis, o DIU também pode ter efeitos colaterais. A diferença é que sua eficácia costuma ser maior e sua duração mais longa.

Outras opções contraceptivas além do DIU

O leque de contraceptivos disponíveis hoje é amplo. Além dos diferentes tipos de DIU — como o de cobre, Mirena e Kyleena —, existem os injetáveis, as pílulas combinadas e o Implanon.

Esse último é um implante subcutâneo de progesterona, em formato de bastonete de 4 cm, que é colocado no braço e dura até 3 anos. Por estar sob a pele, é fácil acompanhar sua localização.

“O Implanon é um método altamente eficaz e prático, e muitas pacientes se adaptam bem a ele”, completa Caroline.

Afinal, DIU pode sair do lugar? Sim, em casos raros ele pode ser expelido ou se deslocar. No entanto, isso não significa que o dispositivo desaparece. Com acompanhamento médico adequado, exames de rotina e inserção realizada por profissional qualificado, o DIU continua sendo um dos métodos contraceptivos mais seguros e eficazes.

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Foto de Rebecca Moura

Rebecca Moura

Jornalista formada pela Universidade Federal de Alagoas e colaboradora no portal Eufêmea, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Sinturb de Jornalismo em 2021. Em 2024, obteve duas premiações importantes: primeiro lugar na categoria estudante no 2º Prêmio MPAL de Jornalismo e segundo lugar no III Prêmio de Jornalismo Científico José Marques Melo.
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