Recentemente, participei de um programa de inovação pela Sandora. Entre mentorias e feedbacks valiosos, houve um episódio que me marcou não pelo aprendizado técnico, mas pela clareza de como certos preconceitos ainda se disfarçam de “conselhos”.
Um dos mentores, homem de meia idade, do sul do país, ao descobrir que nossa empresa é de Alagoas, perguntou em tom pejorativo: “Aí pra cima tem Unimed?”
A frase não era só sobre plano de saúde. Era sobre subestimar um ecossistema inteiro. Era sobre reforçar estereótipos de que inovação, tecnologia e eficiência só existem “lá embaixo”.
Durante a mentoria, estávamos em duas mulheres. E não demorou para que os comentários viessem em sequência:
- Que não contrataria nosso serviço.
- Que não entregaria os dados da empresa dele para a gente.
- Que nenhuma companhia iria adquirir uma solução que lida com denúncias de assédio.
- Que nosso produto não era bom.
Não era um conselho. Era um recado: vocês, mulheres, daí de cima, não têm lugar nesse jogo.
O mais curioso é que a Sandora não trabalha com algo “opcional”. Nossa solução trata de normas regulamentadoras, saúde e segurança do trabalhador, adequação à NR-1, NR-5 e Lei 14.457. É uma pauta de proteção ao colaborador, mas também de proteção ao empresário. Não é escolha, é obrigação legal.
E ainda assim, ouvimos que “jamais contrataria”. Pois bem. Quando alguém diz que nunca contrataria uma ferramenta que mede riscos psicossociais e abre espaço para denúncias de assédio, a pergunta que fica é: o que esse ambiente tem a esconder?
Mas os fatos falam mais alto que o preconceito.
- Fomos premiadas e aceleradas em diversos programas nacionais.
- Recebemos mais de 600 mil reais em subvenções públicas para desenvolver nossa tecnologia.
- Fomos convidadas a abrir mercado em outro país.
Ou seja: sim, aqui em cima tem Unimed.
Aqui em cima tem tecnologia.
Aqui em cima tem eficiência, tem inovação, tem mulheres fundando e liderando startups.
Aqui em cima tem futuro.
E cada vez que um “conselho” vem carregado de machismo, misoginia e xenofobia, eu lembro: não é sobre o nosso potencial. É sobre o medo de um sistema que percebe que já não pode nos ignorar.
Na Sandora, seguimos firmes. Porque liderar com mulheres à frente não é fragilidade — é eficiência.
Acesse: www.sandora.me