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Menstruação irregular: até onde é normal e quando merece atenção médica

Você já ficou apreensiva quando a menstruação atrasou ou veio antes do esperado? Ou percebeu que o ciclo mudou de repente encurtou, se alongou ou ficou diferente do habitual? A irregularidade menstrual é algo comum na vida de muitas mulheres e pode estar ligada tanto a fatores cotidianos, como estresse, sono e alimentação, quanto a condições de saúde que exigem investigação.

Entender quando a mudança é natural e quando merece atenção médica é essencial para viver esse processo com mais segurança e informação.

Quando o atraso é apenas variação

Ginecologista Avha Paixão. Foto: Cortesia à Eufêmea

Em entrevista à Eufêmea, a ginecologista Avha Paixão explica que o primeiro passo diante de um atraso menstrual é manter a calma. “Se você for sexualmente ativa e estiver em idade fértil, precisamos, antes de tudo, descartar uma possível gravidez, mesmo que haja uso de métodos contraceptivos”, afirma.

A médica esclarece que diferenças de até sete dias entre uma menstruação e outra são consideradas variações normais. “Se sua menstruação começou no dia 10 de setembro, é esperado que o próximo ciclo ocorra entre 3 e 17 de outubro. Fora desse intervalo, já consideramos que há um atraso ou uma irregularidade”, exemplifica.

O uso de anticoncepcionais também pode impactar o ciclo menstrual. Segundo Avha, embora não seja o mais comum, algumas mulheres apresentam alterações durante o uso. “Essas variações estão ligadas a dois tipos de sangramento: o de escape, que ocorre sem pausa da medicação, e o de privação, quando a pausa é feita para que haja o sangramento”, explica.

Sinais que merecem atenção

De acordo com a ginecologista, toda irregularidade deve ser observada, mas alguns sintomas exigem investigação imediata. “O aumento de pelos em áreas masculinas, a acne persistente e os sangramentos muito volumosos ou fora do período menstrual são situações que não devem ser ignoradas”, alerta.

A preocupação com esses sinais, no entanto, não exclui a importância de olhar para os fatores cotidianos que também influenciam o ciclo. É nesse ponto que a ginecologista Wanderliza Coutinho chama atenção para a rotina de cada mulher.

“Muitas ignoram que mudanças de peso, noites de sono de má qualidade, rotina de exercícios ou hábitos alimentares podem influenciar diretamente a regularidade menstrual”, explica.

Segundo ela, atrasos de até cinco a sete dias podem ser apenas flutuações naturais. Mas, quando a variação entre um ciclo e outro é muito grande de forma constante, por exemplo, um mês com 25 dias e outro com 40, já se trata de irregularidade.

Quando procurar ajuda médica

Ginecologista Wanderliza. Foto: Cortesia à Eufêmea

O uso de anticoncepcionais, especialmente os hormonais contínuos ou de baixa dosagem, também pode causar ausência de menstruação ou sangramentos irregulares.

“Muitos contraceptivos hormonais podem causar esse tipo de alteração. Informar a médica durante a consulta ajuda a entender o que esperar e dá mais tranquilidade à paciente”, afirma a ginecologista Wanderliza Coutinho.

Ela lembra que dores pélvicas intensas, febre, cansaço excessivo, sangramentos abundantes ou prolongados e ausência de menstruação por mais de três meses são sinais de alerta que exigem atenção médica.

“Nesses casos, condições como a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) ou distúrbios da tireoide precisam ser investigadas”, orienta.

Por fim, Coutinho reforça a importância do acompanhamento regular e diz que o ideal é que se busque uma ginecologista ao menos uma vez por ano, ou semestralmente em algumas situações. “Mas, se o atraso ultrapassar uma semana de forma incomum, se os ciclos estiverem inconsistentes por vários meses ou se houver qualquer mudança significativa, a procura deve ser imediata.”

Foto de Rebecca Moura

Rebecca Moura

Jornalista formada pela Universidade Federal de Alagoas e colaboradora no portal Eufêmea, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Sinturb de Jornalismo em 2021. Em 2024, obteve duas premiações importantes: primeiro lugar na categoria estudante no 2º Prêmio MPAL de Jornalismo e segundo lugar no III Prêmio de Jornalismo Científico José Marques Melo.
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