Raíssa França, especial para A Eufêmea, de Brasília
A empreendedora e estilista Rosiléia Viana saiu de Maceió, seguiu até João Pessoa e encarou 36 horas de viagem de ônibus para participar, como expositora, da 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), em Brasília. À Eufêmea, ela contou que, apesar do cansaço, faria tudo de novo. “Viajaria mais 36h para ter essa oportunidade única”, disse, emocionada.
Rosiléia está à frente da Divinas Pretas, marca criada em 2018 que trabalha com moda afrocentrada feita por e para mulheres pretas. “Algumas peças são autorais, desenhadas por mim, outras não. Trouxe algumas das minhas criações para a Conapir e um pouco do nosso trabalho que é feito em Maceió”, disse. A loja funciona de forma online e também em espaço físico, no bairro Canaã.
Segundo ela, cada peça carrega uma mensagem de empoderamento. “Nossas pretas são maravilhosas e muitas vezes discriminadas. Então, as peças que trouxe são repletas de amor e de força para cada uma delas”.
Da surpresa à realização

A inscrição para ser expositora aconteceu quase por acaso: uma amiga enviou o link do edital, mas Rosiléia não acreditava que seria selecionada. “Pensei: vou me inscrever, mas não achava que fosse passar”, lembra.
O resultado, divulgado na semana passada, foi uma surpresa. “Fiquei muito feliz e logo comecei a me organizar. A passagem de avião estava cara, mas consegui ir de Maceió até João Pessoa de ônibus e de lá seguir viagem, também de ônibus, até Brasília”, relatou.
Mesmo viajando sozinha, levou na bagagem não apenas as mercadorias, mas também a expectativa de vender suas peças e fortalecer a marca.
A experiência, para ela, tem sido transformadora. Ela diz que vai voltar para Maceió com mais ideias e aprendizados.
“Está sendo maravilhoso. Minha cabeça está fervendo com tantas ideias. É a primeira feira de grande porte que participo e quero voltar para Maceió sem nenhuma mercadoria quero vender tudo e mostrar a Divinas Pretas. Nem nos meus maiores sonhos imaginei estar aqui hoje”, destacou.