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Amizade adulta: estamos ficando sem tempo ou sem prioridade para as nossas amigas?

A gente cresceu acreditando que amizade boa é aquela que nunca esfria e que as amigas estão sempre disponíveis. Isso procedia até chegar a vida adulta: boletos, trabalho que consome, relacionamentos, filhos que demandam. E, de repente, aquela amizade que era prioridade virou um lembrete não respondido no WhatsApp.

E aí vem a culpa: “Estou sumida”; “Precisamos marcar”; “Me perdoa a correria.” Frases-desculpa que viraram nosso novo vocabulário afetivo.

Mas, no silêncio entre uma mensagem e outra, existe um perigo: normalizar a falta de tempo como se fosse inevitável. Como se fosse natural deixar as amizades sempre para depois. Como se amizade adulta tivesse que sobreviver de migalhas de atenção. E eu sei o quanto a vida adulta exige de nós…

Só que a armadilha está exatamente aí: um dia, quando o caos aliviar (será que alivia?), talvez aquela amiga já não esteja mais lá. Não porque faltou amor, mas porque faltou presença. Porque nenhuma relação se sustenta apenas na memória do que ela já foi.

Na vida adulta, amizade exige intenção. Amizade é cuidado emocional, prevenção, é saúde mental no seu formato mais honesto. Tem crises que só passam quando alguém nos olha nos olhos e diz: “você não está sozinha”.

Mesmo assim, a vida adulta faz a gente acreditar que manter amizades é um luxo. Mesmo assim, a gente aprendeu a enxergar amizade como luxo: como “se sobrar tempo”, “se sobrar energia”, “se tudo der certo”.

Mas quem te lembra quem você é além das cobranças e responsabilidades? Quem te devolve o riso quando o mundo pesa? Quem te puxa de volta quando você começa a desaparecer de si mesma?

A gente não precisa voltar a ser adolescente para priorizar quem faz parte da nossa história. Mas talvez a gente precise fazer algo que dá mais trabalho do que mandar um emoji de saudade: marcar presença antes que a ausência vire rotina.

Então, por hoje, te proponho que você escolha presença.

Estou no Instagram: @raissa.franca


Foto de Raíssa França

Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.
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