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Paula Colares propõe mandato participativo, com espaços de decisão para as mulheres em Fortaleza

A  militância começou quando ela tinha 17 anos de idade e de lá para cá não parou mais. Hoje, Paula Colares é candidata à prefeitura de Fortaleza (CE) pela Unidade Popular pelo Socialismo (UP) e, juntamente com o vice, o bancário Serley Leal, propõe uma gestão participativa, que assegure a igualdade de direitos e espaços de decisão para as mulheres.  Ela conversou com o Eufemea e é a terceira na série com as candidatas a prefeitas nas capitais do Nordeste.  

Ajudar a ampliar a participação da mulher na política será um de seus principais desafios, como informa.

“Fortalecendo a presença das mulheres nas diversas etapas dos processos de democracia participativa, buscando o empoderamento. Nossa gestão vai ser paritária nas Pastas do Executivo; cargos de direção em secretarias, autarquias entre outros, promovendo a igualdade de direitos e a promoção das mulheres nas decisões políticas de Fortaleza. 

Paula Colares nasceu em Fortaleza, tem 40 anos, é mãe de um adolescente de 16 anos, professora substituta da rede municipal da capital cearense, graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Ceará. 

Ela conta que aos 17 anos foi uma das fundadoras da União da Juventude Rebelião (UJR) no Ceará. “Atuei no movimento estudantil secundarista, mas foi no movimento universitário onde mais me destaquei. Fiz parte do Centro Acadêmico de Pedagogia Paulo Freire, das executivas estadual e nacional dos estudantes de pedagogia e do Diretório Central dos Estudantes da UFC”, ela lembra sobre sua trajetória. 

Atualmente, ela é presidenta estadual da Unidade Popular no Ceará e faz parte da Coordenação Nacional do Movimento de Mulheres Olga Benario, “desenvolvendo importantes lutas e campanhas pelos diretos das mulheres e contra a violência no estado em nível nacional, a exemplo da ocupação do prédio onde atualmente funciona a Casa da Mulher Brasileira, em 2018, exigindo a sua imediata abertura e funcionamento”, diz.  

“Defino-me como uma mulher em constante desenvolvimento, sempre na busca de uma vida plena e de justiça social”.  

A UP elaborou, de acordo com Paula Colares, definiu uma plataforma política com 81 páginas, mas ela destacou as principais, em sua visão, e cita na política de moradia a criação de Fundo Municipal de Habitação; prédios e terrenos que não tenham função social serem destinados à moradia popular; a redução dos preços das passagens de ônibus, passe livre para estudantes e desempregados. 

Da plataforma consta ainda criação de três casas abrigos para mulheres vítimas de violência; eleição de todos os secretários e a criação de um conselho de participação popular em todos os bairros; construção de cinco hospitais nos bairros com menor IDH; reajuste dos servidores públicos; taxação das grandes propriedades urbanas; criação da Empresa Municipal de Turismo Sustentável e a valorização da Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza – URBFor; estatização dos transportes públicos; criação de 20 mil frentes de trabalho e estímulo de cooperativismo. 

Para as mulheres, Paula Colares revela que o programa de governo tem 16 propostas, das quais ela destaca o “fortalecimento da presença das mulheres nas diversas etapas dos processos de democracia participativa, buscando o empoderamento. Nossa gestão vai ser paritária nas Pastas do Executivo; cargos de direção em secretarias, autarquias entre outros, promovendo a igualdade de direitos e na promoção de mulheres nas decisões políticas de Fortaleza”.  

A candidata também propõe o fortalecimento da Rede de Enfrentamento à violência às mulheres com a criação da Secretaria Municipal de Políticas Para as Mulheres, com orçamento próprio e autonomia, bem com a construção de mais três Casas Abrigo  

Destaca ainda entre suas propostas a defesa de direitos humanos das mulheres com uma ampla campanha de conscientização que rompa com a misoginia e esclareça sobre os direitos das mulheres, com a realização de palestras, orientação jurídica e prevenção nas escolas, bairros, terminais de ônibus, praças e universidades. 

E diz que se eleita for construirá restaurantes públicos a preços populares, além de ampliar creches públicas, sendo 50% da sua rede integral (7h às 17h) em parceria com creches das universidades públicas e por fim a garantia da proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos nos termos da lei; bem como proibir a diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor, orientação sexual ou estado civil. 

Como concorrer com os grandes grupos políticos e ter chance de vitória?   

A Unidade Popular desenvolve o trabalho de base e lutas na defesa dos direitos do povo pobre, das mulheres, da juventude e da classe trabalhadora cotidianamente, não apenas em período eleitoral. Dessa forma, temos contato direto e efetivo com a população, o que nos permite desenvolver uma campanha real e efetiva. Acreditamos que é através desse trabalho e das ações nas ruas que podemos fazer a diferença desses grupos que, apesar de serem grandes, são superficiais na sua política, não costumam ter uma militância e defendem principalmente os interesses dos ricos. 

Participação popular na gestão é uma das cobranças que muito se faz. Como você pretende levar o povo a participar da gestão e evitar o chamado mandato de gabinete? 

Eleição de todos os secretários e a criação de um conselho de participação popular em todos os bairros nos quais também iremos incentivar e priorizar a participação feminina na construção do poder popular. Nesses conselhos o povo irá tomar as decisões e apontar as necessidades reais do seu bairro, além de ser um espaço de formação política e participação efetiva.