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A sociedade do padrão e os danos que nos causa: mulheres, nosso corpo não nos define!

Foto: Divulgação/Mandi Rae Photograpy

Eu imaginava que o Portal Eufemea não era apenas mais um; que minha missão nesse projeto tinha uma razão maior. Todos os dias tenho mais clareza disso. Ser e ajudar mulheres é  algo que me move todos os dias. Nesse sábado, dia 30, o penúltimo de janeiro de 2021, tive a certeza cravada em mim. 

Na busca por uma personagem que falasse sobre gordofobia,  falei com uma seguidora  que  me indicou alguém  que por coincidência eu já conhecia. Não deu certo e, na pressa do jornalismo, da informação, decidi mandar mensagem para uma amiga que não vejo há  algum tempo. 

Mensagem enviada, eis que a resposta me leva às  lágrimas. A amiga me diz: “Nivi, eu sou gordofóbica! Mas pode usar meu relato!”. 

O chão sumiu e fiquei a pensar até que ponto aquela jovem linda, inteligente, destemida e firme é gordofóbica. Conversamos muito, trocamos confidências e afagos e eu não tenho dúvida que a sociedade do padrão,  doentia e cruel com as diferenças, leva pessoas a se imaginarem menores do que as outras, pelo simples fato de não estarem  no tal padrão. 

É cruel imaginar que a sociedade contribuiu para o adoecimento da mente daqueles que não se enquadram no padrão  exigido. Corpo, cabelo, cor, idade, altura, não ter deficiência física e mental…tudo é  determinante para você se enquadrar ou não na dita sociedade do padrão.  

Confesso que chorei enquanto falava com minha amiga, mas me fez entender que minha missão enquanto cofundadora do Eufemea é  gigante e ela exige de mim coragem, força, determinação e acima de tudo a certeza de que somos todos iguais. Nossa cor de pele, raça, credo, estereótipo, sexo, identidade de gênero… não nos definem. Nem a nós,  mulheres, nem aos homens. Mas nós  mulheres, pela condição  de opressão de uma sociedade patriarcal, precisamos ter ainda mais clareza disso. 

O que nos define é nossa honestidade, caráter, dignidade, empatia. Que possamos viver livres de dores causadas por padrões! 

Conversei muito com minha amiga, uma jovem mãe linda, profissional incrível,  e mostrei a ela que ela não está só.  Essa luta é  de todas nós. Cada mulher que faz um relato como esse, faz um pedido de socorro e somente nós mulheres podemos entender!