Foi após ficar desempregada durante a pandemia que a assistente social Alana Soriano decidiu iniciar algo que ela tinha vontade de fazer, mas que estava adiando: empreender no ramo de gastronomia em Maceió. Além de assistente social, Alana também é chef de cozinha e abriu em julho de 2020, a A.S Macarons. Ao Eufemea, Alana contou a trajetória da empresa e os principais desafios que ela encontrou no meio do empreendedorismo.
Para começar a trabalhar com macarons (doce clássico francês), Alana fez uma pesquisa de mercado, estudou muitas possibilidades na área da confeitaria, que foi a área em que começou a se especializar com cursos no fim de 2019 e início de 2020, e encontrou a oportunidade na parte de Parisserie com a criação exclusiva de macarons.
Ela contou ao Eufemea que no início do negócio, muitas pessoas perguntaram por qual motivo ela trabalharia exclusivamente com esses doces. “Afinal, esses doces demandam muito tempo, dedicação, comprometimento, atualizações”. Tudo isso, segundo ela, para que eles sejam entregues da forma mais correta e deliciosa possível.
Foi um verdadeiro mergulho no mundo dos macarons. “Fiz especializações e cursos. É algo que faço com uma produção 100% caseiro e artesanal”, disse.
Até maio deste ano, Alana estava realizando apenas a produção dos macarons, mas no final do mesmo mês ela recebeu a oportunidade de voltar a trabalhar na assistência – sua primeira formação foi em serviço social -, e tem encarado mais essa etapa dividindo seu tempo entre os macarons e o novo trabalho.
Na produção dos macarons, Soriano trabalha sozinha, mas hoje em dia ela tem uma parceira que a ajuda na produção de conteúdo para as mídias sociais.
Ela disse que atualmente, a sua maior renda vem dos macarons. “Com a organização e planejamento todo tenho conseguido me manter”.
Falta de reconhecimento e empreendedorismo feminino
O maior desafio de Alana foi a falta de reconhecimento por parte da sociedade como uma empresa de verdade. “Uma empresa que demanda planejamento, tempo, dedicação dentre tantos outros atributos importantes para se consolidar uma marca/empresa no mercado”.
E não só a falta de reconhecimento. Segundo Alana, por ser mulher, ela ainda sofre hostilidade principalmente de pessoas mais experientes. “Até clientes que acham que o que eu faço não é profissão”, comentou.
De acordo com Alana, mesmo com essa falta de visão de que a empresa dela é um negócio legitimo, ela usa do bom humor nas redes sociais para desmistificar alguns desses pensamentos e desabafar de forma mais leve.
Com isso, Alana tem recebido bons feedbacks de muitas outras empresárias do Brasil inteiro do ramo da confeitaria e gastronomia no geral.
Paixão é o segredo
Quando questionada sobre o que a motiva, Alana conta que é “a paixão pelo que faz”.
“Passei anos trabalhando em locais que não me identificava e hoje posso ter o privilégio de fazer algo que amo. Ter a minha renda através dessa paixão e conseguir transmitir um pouco desse amor pelos macarons, pela confeitaria e pela gastronomia aos meus clientes/macaronlovers é impagável”, afirmou.
E deixa um recado: “Acreditem, foquem em seu objetivo, estudem, se especializam, comecem aos poucos. Não se submetam às expectativas de pessoas que não entendem o que é importante para vocês, se apoiem e busquem ajuda de pessoas que te amam e querem seu bem, de mulheres que entendem a sua luta e estão dispostas a te ajudar e ficam felizes com sua vitória”.
Para Alana, as coisas vão acontecendo a medida que o sonho é amadurecido.
E complementa: “Lembrem que sucesso hoje em um negócio não se contabiliza pelo número de seguidores em uma página, mas pela quantidade de pessoas que você consegue fidelizar e conquistar ao longo da caminhada. São eles que vão te ajudar a conquistar o mundo”.