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Crianças que presenciam violência doméstica podem desenvolver problemas comportamentais, diz psicóloga

O 15º Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostrou que em 80% dos lares brasileiros, onde um homem tentou matar uma mulher com uma faca ou arma de fogo, a vítima era mãe. Já uma pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) apontou que uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência no último ano no Brasil.

No entanto, quando falamos em violência doméstica pensamos na mulher. Mas os filhos que estão presenciando essa violência podem apresentar diversos problemas comportamentais.

A psicóloga Infantojuvenil, Eryka Moura da Silva explicou que a criança que está presenciando algum tipo de violência doméstica pode se tornar agressiva, ter restrições alimentares, medo de adultos ou do gênero que foi agredido. E isso irá causar muitos prejuízos, tanto na infância quanto na vida adulta.

Segundo Eryka, presenciar violência doméstica na infância afeta diretamente na regulação das emoções, o comportamento e pode afetar sua vida adulta, em seus relacionamentos futuros, amor próprio, emoções, insegurança, auto cobrança, complexo de inferioridade, entre vários outros gatilhos.

“Na escola também podem aparecer consequências, como o déficit de atenção, resultado do estresse enfrentado pela criança. Essas circunstâncias podem desencadear na criança ou adolescente um excesso de tensão com a chegada do agressor em casa, seguido de uma constância de taquicardia, por ser um estresse muito maior do que ela deveria suportar”, comentou.

“Ela pode pensar que o que aconteceu com sua mãe, também pode acontecer com ela. Isso reforça comportamentos de inferioridade, insegurança, agressividade, entre outros”, explicou a psicóloga sobre a forma que a criança que presenciou violência doméstica pode ver os relacionamentos quando amadurecer.

Como evitar as consequências?

Para evitar consequências, a psicóloga aconselha que “a melhor atitude é procurar um acompanhamento para essa criança e/ou adulto, que presenciou violência doméstica, para que o profissional ajude o indivíduo a trabalhar nas suas emoções”.

Amparo da Lei Maria da Penha 

Nesse mês a Lei Maria da Penha completou 15 anos, e além da mulher os familiares da vítima também podem ser amparados em situações de violência. Uma investigação é realizada para avaliar a condição da criança para que as melhores medidas sejam aplicadas. 

É importante lembrar que além da Lei Maria da Penha, o Código Penal, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Alienação Parental podem dar apoio aos filhos da vítima.