Foto: Fundação Dorina Nowill
Ao longo do tempo, muitas mulheres marcaram a história e revolucionaram diversas áreas. De acordo com o Censo Escolar 2018, realizado pelo Inep, Ministério da Educação (MEC), 80% dos 2,2 milhões de docentes da educação básica brasileira são do sexo feminino. E na educação superior, esse número também é alto, quase se igualando à quantidade de professores homens. Segundo o Censo da Educação Superior 2016, tanto na rede privada quanto na rede pública, entre os 379 mil docentes, as mulheres representam cerca de 45%.
E para celebrá-las, separamos 5 nomes de mulheres que ficaram marcadas no meio educacional com suas ideias e estudos.
Emília Ferreiro
A psicóloga e pedagoga argentina, radicada no México, analisou e desvendou os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e escrever. Isso revolucionou a maneira de se pensar a alfabetização e influenciou a educação brasileira a partir dos anos 90.
Emília fez doutorado na Universidade de Genebra e focou seus estudos em investigações sobre a escrita e no construtivismo. Em 1979, em parceria com a pedagoga espanhola Ana Teberosky,lançou o livro “Psicogênese da Língua Escrita”. Sua obra influenciou tanto os educadores brasileiros que até mesmo os Parâmetros Currículo Nacionais são inspirados em seus estudos.
Ela foi responsável por inverter a lógica tradicional de educadores que, até então, só se preocupavam com a aprendizagem quando o aluno parecia não aprender.
Maria Montessori
Maria foi a primeira mulher a se formar em Medicina na Itália, mas não pode seguir carreira porque não pode analisar homens. Assim, ela iniciou os estudos sobre o aprendizado de crianças. O seu método educacional, que leva o seu nome (Montessori), é aplicado até hoje em escolas públicas e privadas de todo o mundo.
Em 1907 ela criou a primeira “Casa dei Bambini”, onde aplicava a ideia de “educação para a vida” e a formação integral dos indivíduos.
A educadora acreditava que as crianças eram capazes de conduzir o seu próprio aprendizado. Assim, seu intelecto se manifestava automaticamente em seu próprio ritmo. Além disso, para ela, os professores eram apenas responsáveis por acompanhar esse processo.
Dorina Nowill
Dorina Nowill perdeu a visão aos 17 anos, mas foi a primeira aluna cega a frequentar um curso regular na Escola Normal Caetano de Campos, no centro de São Paulo. Lá, inclusive, ela se formou como professora, tendo se especializado em educação de cegos na Universidade de Columbia, em Nova York.
Em 1946, Dorina criou a “Fundação para o Livro do Cego no Brasil” e, em 1948, fundou a primeira imprensa em braile, responsável por imprimir livros didáticos e outros documentos na linguagem.
Dorina também dirigiu a “Campanha Nacional de Educação de Cegos”, do MEC, que criou os primeiros serviços de educação de cegos no país. Ela também foi responsável por lutar pelas aberturas de vagas de trabalho para pessoas com deficiência visual.
Êda Luiz
Êda Luiz, foi coordenadora pedagógica do Centro de Integração de Jovens e Adultos (Cieja) do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo. Sob sua gestão, a instituição se tornou referência como escola aberta e acolhedora para quem foi excluído de alguma forma, desenvolvendo, assim, um modelo de escola democrática.
A iniciativa virou referência nacional com seu modelo de educação, sendo reconhecida como “Escola de Educação Transformadora para o Século XXI”, em 2017, pela UNESCO – uma das duas únicas escolas no Brasil a receber esse título.
Ela já foi também professora em escola rural e na antiga Fundação Estadual do Bem Estar do Menor (Febem).
Marie Curie
A cientista polonesa Marie Curie se formou em Matemática e Física, na Universidade de Sorbonne, na França. Junto a seu marido, Pierre Curie, ela foi responsável pela descoberta dos elementos químicos Polônio e Rádio. Foi então que se iniciaram as pesquisas sobre Radioatividade.
Em 1903 ela recebeu o Prêmio Nobel de Física e, 8 anos depois, o de Química. Além de ter sido a primeira mulher a ganhar o Nobel, foi a primeira pessoa a recebê-lo duas vezes.
Marie Curie também foi professora desde os 18 anos. Ela chegou a dar aula em uma instituição considerada ilegal por desafiar as políticas de repressão impostas pelo Império Russo, cujo maior público eram mulheres impedidas de estudar.