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‘Criança especial’: Bancária denuncia clínica odontológica após filha ter atendimento negado

A bancária Camila Batista Moraes Geda denunciou ao Conselho Regional de Odontologia de Alagoas, uma clínica odontológica localizada em Maceió, após sua filha Petra, de 4 anos, ter tido o atendimento negado sob a justificativa de que a dentista não atendia “criança especial”. 

NOTA da redação: a expressão criança especial foi usada pela atendente, mas essa expressão é considerada capacitista. Entenda mais aqui. 

Ao Eufemea, Camila contou que levou a filha a uma clínica e a atendente perguntou se a menina era especial. “Expliquei que Petra possui uma alteração cromossômica rara que resulta em atraso no desenvolvimento”, disse.

Segundo a bancária, a atendente continuou dizendo que “a doutora não atendia criança especial”. Camila rebateu: “Mas ela não atende criança?”. E a atendente relutou dizendo: “atende, mas especial não”.

Ainda conforme Camila, a atendente foi até a porta da sala da dentista e perguntou em voz alta: “A senhora não atende criança especial, né?”. “Aí eu escutei a voz afirmante. A atendente voltou para mim e disse que eu deveria ter dito antes mesmo de marcar a consulta”, contou.

Ainda triste com o que aconteceu, Camila foi embora. “O nó na garganta vem. A dentista em nenhum momento saiu e convidou a paciente para entrar”.

A bancária tomou uma decisão e levou o caso ao Conselho, formalizando a denúncia no dia 8 de outubro. “Meu intuito desde sempre é que a profissional veja a realidade da maternidade atípica por outro ângulo (fora da caixa). Como ela não me encarou, não tive a oportunidade de conversar com ela. Não adianta nada ela continuar tratando as pessoas dessa mesma forma”.

Após a denúncia, Camila fez um post nas redes sociais desabafando. “E a repercussão foi grande. Sou conectada e tinha noção da força da internet, mas não achava que isso se aplicaria a este caso”.

Mesmo com toda essa situação, a bancária ressaltou que espera que a dentista veja a denúncia e que enxergue sob outra perspectiva.

“Uma coisa é a gente errar por não ser a nossa realidade, por não saber, por não terem nos ensinado. Outra coisa é ter o conhecimento e ainda assim continuar errando. Prefiro acreditar que ela agiu porque não sabia e que agora vai repensar nas ações dela”, concluiu.

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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.