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Livro com impressões de jornalistas sobre a pandemia é lançado hoje; história do Eufemea é relatada na obra

A Editora da Universidade Estadual de Alagoas (Eduneal) lança, nesta terça-feira (22), o livro ‘Jornalistas e a Pandemia: memórias da pandemia em Alagoas’. Organizado pela jornalista Elen Oliveira e o professor Luiz Sávio Almeida, ilustrado com charges do jornalista, Ênio Lins, a obra  reúne a percepção de 21 jornalistas alagoanos, de origem ou por adoção, sobre a pandemia do novo coronavírus.

As jornalistas Niviane Rodrigues e Raíssa França contribuíram com o livro, contando a história da criação do Portal Eufemea, lançado no começo da pandemia de 2020.

O lançamento será realizado nesta terça-feira, às 19h, no Teatro Deodoro.

O Livro

Circunscritos do período de abril a setembro de 2020, os relatos mostram as pessoas por trás das câmeras, smartphones e blocos de anotação, revelando-as parciais, opinativas, à flor das emoções diversas daquele momento em que o mundo foi surpreendido pela pandemia. As histórias, fotografias, charges e memórias registradas nessas páginas tratam dos meses de maior isolamento social, quando os jornalistas, que normalmente estão entre os primeiros a chegar aos locais onde os fatos acontecem, também se recolheram, distanciando-se fisicamente dos acontecimentos noticiados.

Home office, videochamada e teleconferência tornaram-se expressões de uso comum em meados de 2020, enquanto jornalistas, que têm a própria imagem como um dos elementos de identidade profissional, tiveram rostos cobertos por um dos principais símbolos visuais da pandemia, as máscaras, de uso obrigatório para a prevenção e a proteção de toda a população. Naquele momento, jornalistas também se tornaram parte da notícia, que não excluiu ninguém. Da Praça São Pedro, em Roma, à Avenida Fernandes Lima, em Maceió, espaços públicos vazios dominaram o noticiário mundo afora. Ruas vazias em dia de trabalho, praias desertas em finais de semana ensolarados, circulação controlada, enterros sem cortejo e com velório restrito.

Parte dos jornalistas da linha de frente da produção da notícia, especialmente repórteres, repórteres fotográficos e repórteres cinematográficos, saíam à rua, por dever de ofício, com medo do imponderável. Por meio das redes sociais, passaram a partilhar novas condutas de trabalho, angústia e medo. A Covid-19 contaminou colaboradores da obra e feriu de morte o jornalismo alagoano. “O livro é dedicado aos mortos em decorrência da pandemia, entre os quais nomeamos oito jornalistas alagoanos mortos em consequência da Covid-19 até o fechamento da edição, em julho deste ano”, informa Elen Oliveira.

 “Da Alemanha, onde vive, a jornalista alagoana Flávia Batista acompanhou a partida de sua mãe, uma das vítimas da covid-19 em Maceió. Quando dona Elba faleceu, os aeroportos estavam fechados a voos internacionais. Não houve despedidas, os funerais foram suspensos. Dias antes, a jornalista Lídia Ramires, que estava em atividade acadêmica na França, foi orientada a embarcar de volta ao Brasil, antes que fosse impedida pelas circunstâncias. São relatos humanos, emocionais, em que os jornalistas falam em primeira pessoa sobre vida, trabalho e temores em meio à pandemia”, comenta a jornalista.

 “O livro reúne apontamentos para uma construção memorial sobre a pandemia do novo coronavírus. Nossa intenção foi construir um imenso painel para um pesquisador no futuro sobre este momento da pandemia em Alagoas”, afirma o historiador Sávio Almeida, que organizou outras edições com abordagens de segmentos diversos no contexto da pandemia.

 Os(As) Coautores(as)

Entre os coautores da obra há repórteres de web e TV, fotojornalistas, radiojornalistas, gestor público, assessor institucional, consultor, empresário, professores, pesquisadores, editor de esportes, blogueira, produtora de TV. É um recorte expressivo do universo multifuncional dos jornalistas, profissionais fundamentais à construção da memória.

Compõem a obra os jornalistas Ailton Cruz, Álvaro Brandão, Carlos Madeiro, Carol Sanches, Cícero Rogério, Elen Oliveira, Eliana Custódio, Enio Lins, Felipe Camelo, Flavia Batista, Gal Monteiro, Géssika Costa, Guilherme Lamenha, Itawi Albuquerque, Lídia Ramires, Niviane Rodrigues e Raíssa França, Paula Barreto, Pei Fon, Teresa Cristina e Victor Mélo. Também conta com a participação do presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas, Izaias Barbosa; e do editor do jornal O Dia, Deraldo Francisco.

 Os textos e a iconografia foram publicados inicialmente no blog Campus do Savio e posteriormente no suplemento Campus, do semanário O Dia. A antologia integra o projeto Memória da Pandemia em Alagoas, coordenado pelo professor Savio Almeida. Além de jornalistas, ele reuniu memórias e vivências dos povos indígenas, de religiosos de matriz africana e movimentos sociais em outras obras, uma das quais já lançada. “É uma contribuição à história e à memória de Alagoas”, afirma o coordenador do projeto.

*com Assessoria