Rita Batista. Foto: Daniela Toviansky
A jornalista e apresentadora baiana, Rita Bastista, de 43 anos, sempre soube que chegaria longe. Desde pequena, ela brincava dizendo que, quando Gloria Maria estivesse cansada, a chamaria para ocupar seu lugar na TV. Gloria continua à frente do Globo Repórter e seus caminhos ainda não se cruzaram. Mas ela alcançou o patamar de uma de suas musas – na lista também estão as jornalistas Livia Calmon e Wanda Chase, além de Oprah Winfrey – e agora faz parte do quadro de apresentadoras da Globo.
Conhecida do público por suas reportagens nos programas Encontro com Fátima Bernardes e Mais Você, a partir de 9 de julho Rita se junta ao novo time no comando da atração semanal É de Casa. Maria Beltrão, Talitha Morete e Thiago Oliveira serão seus parceiros.
“Rita me impressionou porque ela chegou ao Encontro como se tivesse sempre feito parte dele. A forma como ela se dirigia ao público, a mim, à equipe que faz o programa. E com uma assinatura muito própria, com muita personalidade”, elogia Fátima Bernardes. “Acho que ela vai chegar ao É de Casa com esse mesmo espírito”, aposta.
Quando recebeu o convite da Globo para se mudar para São Paulo, em dezembro de 2020, ela achou que a melhor solução para o filho Martim, hoje com 4 anos, seria continuar na capital baiana com o pai, o terapeuta tântrico Marcel Suzart, de quem se separou no início deste ano. “Deixá-lo com o pai, mesmo quando estávamos casados, foi uma decisão da família”, diz a apresentadora.
Ela conta que vai mais para Salvador do que o menino para São Paulo. “Aqui eu não paro em casa e lá ele está cercado pela família.” Tanto a dela quanto a do ex-marido.
Além de sofrer com a ausência do filho no dia a dia, Rita tem que lidar com o constante questionamento e julgamento pela escolha de ir atrás da carreira e ficar longe do menino.
“A gente repete a história da minha família: as mulheres indo fazer suas vidas e deixando os filhos em casa. Minha mãe fez isso”, relembra. “Ela passou em um concurso em outra cidade e minha avó falou: ‘Deixa ela aqui [em Salvador]. Quando você se ajeitar lá, vem buscar’. Claro que isso nunca aconteceu, porque minha avó nunca me liberou de verdade. Eu ficava com a minha mãe nas férias e tal, mas fui criada por minha avó e meu tio mais novo.”
Se Rita replicou a trajetória da mãe quanto à carreira, ela reescreveu para Martim um capítulo sobre paternidade bem diferente do seu. A jornalista faz parte da estatística de brasileiros que não têm o nome paterno no registro de nascimento (estima-se que esse número chegue a 20 milhões).
Hoje, ela busca pelo direito na Justiça – situação que revelou no ar, durante uma matéria para o Encontro, em que acompanhava uma entrevistada na abertura do exame de DNA para comprovação de paternidade. “É um buraco que não preenche, que dói”, emociona-se ao falar sobre o assunto.
“Martim tem um pai completamente presente, que faz questão de estar com ele e com os outros dois filhos mais velhos [de outra relação], e refuta o título de superpai. Segundo ele, as mulheres fazem isso o tempo todo e ninguém fica laureando, Marcel diz que faz o que tem que ser feito”.
![Rita Batista - 1. Rita Batista com Ana Maria Braga no palco do Mais Você 2. Fátima Bernardes e Rita no programa Encontro 3. Com o filho Martim, de 4 anos 4 e 6. Diferentes visuais nas matérias da Globo 5. Com turbante no comando do projeto Mulher com a Palavra, que estreou no Canal Futura (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal) Rita Batista - 1. Rita Batista com Ana Maria Braga no palco do Mais Você 2. Fátima Bernardes e Rita no programa Encontro 3. Com o filho Martim, de 4 anos 4 e 6. Diferentes visuais nas matérias da Globo 5. Com turbante no comando do projeto Mulher com a Palavra, que estreou no Canal Futura (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)](https://s2.glbimg.com/x7740G1jBUAdk3cl2DeIGR7NLac=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2022/06/06/pag70.jpg)
Outro momento marcante em frente às câmeras foi quando usou um turbante, também conhecido como torso, nos cabelos para falar sobre vacinação em São Paulo, no início do ano.
O vídeo viralizou. “Sempre tive problema com o cabelo. Só que o problema não era meu, era dos outros. Quando apresentava com cromaqui [técnica usada na TV para sobrepor imagens], falavam que não dava para recortar meu cabelo porque tinha uma irregularidade. Eu bancava: ‘Bom, então vai ser o primeiro croma que vai ficar irregular’”. Em 2005, diz ter “assustado” a equipe da TV Aratu, em Salvador, ao aparecer com o cabelo trançado na bancada do jornal.
Formada em Publicidade pela Universidade Católica de Salvador, estagiou em produção de comercial, mas logo se encantou pelo jornalismo ao vivo e fez carreira em rádio e TV.
“Uma das maiores qualidades de Rita como apresentadora é que ela comunica fácil, fala com todo mundo, se faz entender. Ela consegue falar de BBB à tarifa do ônibus que aumentou e se coloca em um lugar de muita disponibilidade com o público, de muita cumplicidade”, diz Caio Coutinho, diretor de TV e amigo da apresentadora há 15 anos.
A espiritualidade também tem um papel importante nas conquistas de Rita, que não tem uma única religião. Ela reza ao acordar, carrega japamala [cordão de contas usado na meditação], faz promessas e recita mantras.
“Minha conexão com a energia criadora do universo é suficientemente adequada para me trazer enorme prosperidade. Meu sucesso é inevitável”, recitou em seu perfil do Instagram, um mês antes de receber o convite para o É de Casa. O universo ouviu o chamado.
*com Revista Marie Claire