Telma Lou, professora do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas. Foto: Rodrigo Carlos/SMS
O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Dr. Sadi Feitosa de Carvalho, localizado na Chã de Bebedouro, em Maceió, promoveu na quarta-feira (17) uma ação alusiva ao Agosto Lilás para usuários, servidores e toda a comunidade local. O evento teve como objetivo enaltecer a Lei Maria da Penha, instituída com nº 11.340 (de 07 de agosto de 2006), intensificando a campanha de conscientização pelo fim da violência contra a mulher.
Profissionais da Gerência de Atenção Psicossocial (GAP) de Maceió e do Caps Sadi Carvalho, em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), fizeram apresentações lúdicas e artísticas sobre o combate à violência e opressão das mulheres, com foco na desconstrução de comportamentos opressores trazidos em muitos contos de fadas.
Durante a tarde, os usuários participaram de apresentação de baianas, pastoril e de uma simulação teatral sobre a chapeuzinho vermelho seguida de um bate-papo e trocas de experiências entre as participantes sobre abuso psicológico, responsabilidade emocional e violência física.
“Os contos infantis sempre tiveram um cunho moralizante, sobretudo ao comportamento da mulher, então trabalhamos com o grupo majoritariamente feminino, para gerar reflexão sobre a condição da mulher. Desconstruir condutas opressoras e demonstrar de uma forma didática, lúdica e artísticas exemplos de violência física, emocional e psicológica que vivemos é mais prático,” informa Hilda Cavalcante, assistente social do Caps Sadi Carvalho.
Já Telma Lou, professora do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas, enfatiza que a repetição de comportamentos e de uma cultura machista ainda são reflexo da historicidade e tende a continuar se não discutirmos sobre o assunto. Para ela, a arte e o ato de informar são formas educativas para o desenvolvimento psicológico, intelectual e emocional.
“O medo de passar por uma floresta, de passar na rua por consequências de existir violação, essa realidade faz parte da nossa vida e nesse mês é um marco importante sobre a violência contra à mulher, pois é crime, e através das artes de forma lúdica e educativa podemos disseminar informação e gerar prevenção”, informa a psicóloga.
Colaboração das artes para a prevenção à violência
Para o servidor e professor de teatro do Caps Sadi Carvalho, Alan Cardoso, que já realiza ações artísticas na unidade como forma de ressocialização, esclarece sobre a colaboração das artes no tratamento e combate à violência.
“A arte sai do comodismo que à sociedade nos impõe e fala sobre o que incomoda. Qualquer expressão artística é fundamental para educar, ressocializar e está à serviço da população. Através do lúdico podemos gerar uma leveza para discutir sobre assuntos relevantes. Tiramos das histórias informações e pontos que geram identificação para levarmos como uma experiência de aprendizado para nossa realidade social e isso tem contribuído para à saúde psicológica, emocional e tem ensinado muito aos usuários”, destaca.
Participação dos usuários
Ivonete Ferreira da Silva, usuária do Caps, compartilhou sua alegria em fazer parte desse momento. “É maravilhoso estar envolvida com as artes, faz com que eu me recorde da minha mãe, que também era mestra das baianas e do coco de roda. Passei por um momento muito triste com a perda dela, e encontro na arte e no acolhimento do Caps um conforto. Aqui estou compondo minha músicas e fazendo minha arte”, destaca.
*com Ascom SMS