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História de alagoana evidencia os desafios da transição de carreira e do empreendedorismo feminino

Em busca de liberdade que a alagoana Joyce Nobre resolveu apostar nas próprias ideias e no próprio negócio.

Joyce é pós-graduada em Administração e Marketing e viu seu primeiro empreendimento ruir na pandemia. Ela também enxergou ali uma oportunidade de iniciar uma desejada transição de carreira e recomeçar.

“Eu trabalhava na área de gestão pública, após muitos anos de estudo e dedicação. Mas fui demitida em um momento delicado e não consegui uma realocação na área”, conta Joyce.

Com um filho para manter, ela resolveu fazer flaus gourmet e ir vender na porta de uma faculdade de Maceió. Usando sua expertise, ela fortaleceu a marca ao ponto de os clientes falarem dela nas redes sociais, o que chamou a atenção do empresário carioca Rick Chester, que começou vendendo água mineral nas praias do Rio. Ela entrou em uma seleção nacional de empreendedores e conseguiu um aporte financeiro de Chester para escalar o negócio de flaus gourmet. Mas aí, veio a pandemia.

“O negócio prosperou por quase cinco anos, eu estava prestes a virar fornecedora, expandindo a venda para restaurantes e estabelecimentos. Mas veio a pandemia, fecharam os estabelecimentos e o negócio praticamente quebrou. Quem ia querer saber de flau naquele momento?”, recorda a empreendedora.

Foi aí que ela resolveu dar vazão a um sonho antigo: empreender com arte. Joyce abriu a empresa Nobre Viver de Arte, com peças autorais e originais, pintadas por ela.

“Comecei a ver o povo morrer e ficava sempre olhando para a minha própria vida. O que eu estava fazendo? Por que eu não estava realizando os meus sonhos? Eu vou ficar a vida inteira vendendo flau? Eram pensamentos como esses que tomavam conta de mim, eu me perguntava se eu seria a próxima a morrer e se eu morreria daquele jeito, pintando escondido no quintal de casa”, relata.

“A hora certa de mudar é quando a gente começa a se incomodar com a própria vida. Sabe quando uma roupa tá apertada? Você precisa comprar outra. As pessoas estavam morrendo o tempo inteiro, era um tapa e acabou, pronto, acabou a vida. Fiquei pensando se aquelas pessoas que morreram fizeram tudo aquilo que queriam enquanto existiam na terra. A gente não costuma parar para pensar nisso”, diz Joyce.

A artista, que é a própria empresa, recentemente foi contratada para colorir espaços públicos de Maceió. Um dos locais pintados por ela é a fachada do Mercado do Artesanato.

*Com Assessoria