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Médico condenado por violação sexual contra pacientes volta a atuar como professor na Ufal; relembre os casos

Em 2019, o médico Adriano Antônio da Silva Pedrosa foi condenado a cumprir pena de 9 anos, 10 meses e 40 dias de prisão pelo crime de violação sexual mediante fraude contra três pacientes abusadas durante atendimento médico em um posto de saúde do povoado de Marceneiro, no município de Passo de Camaragibe, no Litoral Norte de Alagoas. 

As denúncias foram propostas pela Promotoria de Justiça de Passo de Camaragibe em 2015 e em 2019. Agora, após uma decisão judicial, o médico voltou a reintegrar o quadro de professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

No primeiro caso, a vítima se queixou de caroços no nariz, no entanto, o médico a despiu e, com uma luva e fazendo uso de um gel, mexeu nas suas partes íntimas, alegando que aquele era um procedimento de rotina que precisava ser feito em todas as pacientes que iam até o seu consultório.

Já em 2019, mais duas mulheres denunciaram a conduta do médico. “O crime praticado por ele tinha sempre o mesmo modo de agir: a vítima era despida dentro da unidade de saúde, mesmo não tendo procurado socorro para reclamar de quaisquer problemas ginecológicos e, após vestir uma luva em suas mãos, o médico molestava as pacientes sob o pretexto de investigar se elas estavam ou não com alguma doença nos órgãos genitais. Na verdade, essa era apenas uma desculpa usada por ele para praticar o abuso”, comentou o promotor Ary Lages na época.

Os casos

E um dos casos citados pelo promotor, uma das pacientes buscou atendimento na unidade básica de saúde após sentir dor na virilha.

“Relatou o fato ao médico e, o mesmo, em vez de tomar as providências pertinentes ao caso, ludibriou-a, levantando a sua blusa, apalpando seus seios e tirando sua calcinha. Em seguida, ele colocou uma luva com gel e tocou o órgão genital da vítima, que questionou sobre a necessidade daquela conduta. O médico respondeu que estava tentando fazê-la expelir algum líquido que, por ventura, a paciente tivesse retido”, diz um trecho da ação. Tal procedimento teria durado cerca de 40 minutos.

Já em 2018, outra mulher procurou o mesmo posto de saúde, a fim de que o médico analisasse o resultado de um exame de abdômen total. “Sem praticamente olhar o exame que a vítima tinha levado, ele determinou que a paciente deitasse na maca, e começou a tirar a sua roupa, primeiro sendo a parte de cima, onde alisou os seios dela e, depois, a parte de baixo, deixando-a totalmente despida. Determinou ainda que a vítima levantasse as pernas, colocou uma luva com gel e iniciou o ‘procedimento’, tendo passado, aproximadamente, uns 20 minutos manuseando a vagina da paciente, também sob o pretexto de expelir um líquido”, relembrou o promotor de justiça.

Reintegração do médico

A assessoria de Comunicação da Ufal disse à reportagem do CadaMinuto que o Processo Administrativo (PAD) aberto pela universidade é considerado sigiloso e, segundo o Departamento de Administração de Pessoal (DAP), o retorno do médico “se deu por ordem do juiz, já que antes os atendimentos dele aconteciam apenas de forma remota”.

A reportagem entrou em contato com o médico, mas não conseguiu. O espaço está aberto para qualquer esclarecimento.

*com informações da assessoria do MP