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Falar de política e religião é sempre uma polêmica. Mas não é à toa que mesmo ‘distintas’, as duas andem juntas. É muito comum que durante as eleições, os políticos usem o nome de Deus em vão (lembrando que está no mandamento que não se deve usar, mas continuemos…). Colocaram Deus dentro da política sem ele mesmo aprovar.
Usar Deus, falar de religião e citar a bíblia são técnicas usadas pelos candidatos para que os eleitores entendam que aquele candidato representa um homem de bem. Só que uma vez escutei uma pregação do Padre Fábio de Melo que dizia que era preciso ter cuidado com quem apontava tanto o dedo para o outro. Quando falamos do outro e o crucificamos por algum ‘erro’ ou condenamos por ele ser ‘diferente’, estamos falando mais sobre nós do que sobre ele. O que essas pessoas escondem de tão podre que é melhor atacar o outro? Será que eles não suportam o que está dentro deles e essa é a forma de amenizar?
A semana nem acabou e o que mais se discute nas redes sociais é a questão da religião. São citações bíblicas que, para essas pessoas, Deus usou para falar sobre o momento atual. “Está na bíblia”, eles dizem. É tudo justificável, claro. Afinal, interpretamos o que diz na bíblia da forma que queremos enxergar.
O que seria o homem de bem? O que carrega a bíblia no braço, mas trata a esposa como uma funcionária doméstica? O que não aceita ter um filho homossexual porque o filho tem que ser cabra macho? O que não paga pensão, mas defende a família nas redes sociais? O que tem a esposa em casa, mas quando a amante engravidou ele disse que a culpa era dela?
Eu tenho medo desse discurso de homem de bem. Se você não defende o candidato do bem, você não é um homem ou uma mulher de bem. Não defender o candidato do bem é ser contra Deus, pátria e família, assim o dizem. Não é assim que funciona, mas é preciso muita evolução espiritual para entender que Deus é tudo, menos o que dizem por aí. Não sei se todos estão para essa conversa.
Religião é algo importante, mas a fé é algo individual. A fé é que move montanhas. A conexão com Deus é particular. Defender a pátria é, antes de tudo, ter empatia com quem mora no país. Se você só pensar no seu próprio umbigo, você não defende a pátria. E família… não existe modelo de família. Família é uma ligação que vai além do laço sanguíneo.
Deveria ser proibido usar o nome de Deus em vão.