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Obstetra dá à luz dentro de carro em posto de gasolina, no Recife: “tentando superar essa emoção”

 Foto: Deborah Ghelman

Como obstetra, Gabriela Correia estava acostumada a acompanhar o nascimento de vários bebês. Ela mesma já tinha tido um parto natural rápido, com o primeiro filho, em 2020. Mas nada a preparou para o que ela viveu no último mês. O segundo bebê, Arthur, nasceu dentro do carro, em um posto de gasolina, em Recife (PE), onde eles moram.

O momento foi registrado em fotos e vídeos pela fotógrafa Deborah Ghelman, que também é amiga de Gabriela. Pelo Instagram, a cena circulou na internet. “Estamos até agora tentando superar essa emoção”, contou Deborah.

A segurança e a confiança são fundamentais para poder aguardar em casa com mais tranquilidade e, como Gabriela é obstetra, a informação que ela tem sobre o processo a ajudou.

Como as contrações não pegavam ritmo, ela decidiu aguardar. Com 40 semanas e 4 dias, ela sentiu que as contrações estavam acontecendo com mais frequência. Ela, que, normalmente, leva o filho mais velho para a escola, nesse dia, achou melhor deixar o marido fazer isso.

Depois, ele voltou para casa e, até umas 10h da manhã, não havia ritmo. “Vinham uma atrás da outra, depois havia intervalos de mais de 10 minutos sem nenhuma”, lembra. Entre 10h e 11h, eles perceberam que começaram a se intensificar e acharam que algo estava, de fato, acontecendo. O casal decidiu chamar a doula, que foi encontrá-los. A partir daí, tudo passou a ganhar mais velocidade.

Não foi planejado, mas aconteceu de surpresa — Foto: Deborah Ghelman
Foto: Deborah Ghelman

“Quando a doula chegou eu já estava no chuveiro”, diz a mãe. Depois, a obstetra que é sócia de Gabriela também chegou ao apartamento do casal e sugeriu examiná-la. Então, viram que ela já estava com 9 centímetros de dilatação. “Foi uma surpresa enorme para mim. Eu não esperava! Não era o plano chegar na maternidade com essa dilatação toda”, relata.

Então, todos se prepararam para ir para a maternidade. Um pouco antes de sair, a bolsa de Gabriela estourou. Deborah, a fotógrafa, já tinha sido avisada. Talvez pelo que fosse uma certa intuição, ela foi encontrar Gabriela no apartamento.

Mas a surpresa não terminou aí. “A gente não sabia o sexo do bebê, queríamos surpresa. Então, quando ele nasceu, afastei ele um pouco para ver se era menino ou menina e vi que era o Arthur”, lembra.

Gabriela contou que, quando eles encostaram no posto, um frentista ainda veio pedir para que eles mudassem o carro de lugar porque um caminhão precisaria estacionar. Alguém, então, explicou o que tinha acontecido e o frentista ficou chocado. Ele disse: “Não, não precisa sair. Fiquem aí”. Mas foi pouco tempo. Tudo aconteceu em cerca de 5 minutos, segundo a mãe, e eles rumaram para a maternidade.

No hospital, a mãe e o bebê foram avaliados e estavam bem. O cordão umbilical parou de pulsar, foi clampeado, houve a expulsão da placenta e os dois tiveram alta menos de 24 horas depois.

“O que facilitou muito foi a informação que a gente tem sobre esse processo, o quanto a gente acredita e a equipe ser muito tranquila”, conta Gabriela. “Não era o que a gente esperava, mas, quando o parto acontece, é uma potência muito grande”, completa.

*com Revista Crescer