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Professora da Ufal é uma das selecionadas no programa Para Mulheres na Ciência

Foto: Reprodução

A L’Oréal Brasil, em parceria com a Unesco e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) reconheceu a professora Fernanda Selingardi Matias como uma das sete mulheres com as pesquisas mais importantes do país.A docente do Instituto de Física (IF) da Universidade Federal de Alagoas foi uma das vencedoras da 17ª edição do programa Para Mulheres na Ciência.

Todo ano o programa seleciona sete mulheres cientistas com o objetivo de promover e reconhecer a participação feminina na ciência, favorecendo o equilíbrio dos gêneros no cenário brasileiro. As ganhadoras foram apresentadas na última segunda-feira (14) e serão contempladas com uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil cada, para dar prosseguimento aos seus estudos.

A premiação é para pesquisas das áreas de Ciências da Vida, Ciências Químicas, Matemática e Ciências Físicas, esta última pela qual a professora da Ufal conquistou o prêmio com seus estudos sobre a física aplicada à neurociência.

“Ter o projeto escolhido por um júri da L’oreal, Academia Brasileira de Ciências e Unesco é um grande reconhecimento sobre a qualidade científica da pesquisa que vem sendo realizada pelo nosso grupo no Instituto de Física da Ufal. Além disso, acredito que o prêmio dará mais visibilidade à minha pesquisa e aos projetos que organizo ou participo para promover diversidade na ciência”, destacou Fernanda, que é engajada em projetos de extensão como Soapbox Science Maceió e Mulheres nas Exatas do Instituto de Matemática (IM) da Ufal.

Professora Fernanda Selingardi Matias no centro da imagem. Foto: Reprodução

Ela conta que ficou feliz em poder dividir essa alegria com suas orientandas, alunas e colegas de trabalho. “Espero que esse prêmio sirva de inspiração para outras mulheres e meninas seguirem na ciência”.

“Pensando em promoção de mulheres na ciência, essa visibilidade é especialmente importante para ser convidada para participar de congressos, bancas, projetos, atrair novos colaboradores e estudantes”, disse.

Confira aqui quem são as outras vencedoras.

Ciências Físicas em evidência

O foco do projeto da professora Fernanda Matias é desvendar a atividade cerebral, entender como nosso cérebro funciona, por exemplo, como aprendemos, como lembramos ou por que esquecemos. Para tentar responder algumas questões que envolvem a atividade cerebral do dia a dia ela explica:

“Eu posso olhar para a atividade elétrica do cérebro e tentar caracterizar as diferenças nessa atividade elétrica enquanto realizamos tarefas cognitivas distintas, e nos diferentes estágios de sono e anestesia. Em especial, utilizo ferramentas da física estatística para dizer quais dessas atividades são mais organizadas, bagunçadas ou complexas”.

Além de possibilitar um melhor entendimento sobre como pensamos e aprendemos, esses estudos podem, no futuro, auxiliar o diagnóstico e o tratamento de distúrbios do sono e outros problemas neurológicos.

Fernanda e as outras seis mulheres cientistas vão receber uma Bolsa Auxílio Grant Jovens Doutoras Brasileiras no valor de R$ 50 mil para investir nos estudos. O dinheiro pode ser usado para compra de equipamentos, participação em congressos e visitas científicas, por exemplo.

Prêmio numa fase especial

As ganhadoras receberão o prêmio em cerimônia que será realizada na sede da L’Oréal Brasil, no Rio de Janeiro, no próximo dia 30 de novembro. Mas, talvez Fernanda não vá conseguir participar. É que ela está no finalzinho de uma gestação e será mãe pela segunda vez nos próximos dias.

A mãe cientista entra em cena e aproveita para dar visibilidade a essa questão de políticas específicas para manter mães pesquisadoras na ciência.

“É preciso levar em conta o tempo de licença maternidade em seleções de pós-graduação, concursos e em avaliações de progressão funcional das professoras e técnicas dentro das universidades. Além disso, é fundamental termos creches de qualidade nas universidades para que as estudantes e funcionárias possam deixar seus filhos”, sugeriu, para enfrentar os desafios de conciliar maternidade e carreira científica.

*com Ascom Ufal