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Após estupro e morte de estudante durante calourada no Piauí, movimentos organizam ato em Maceió

Foto: Reprodução/Redes sociais

O Movimento de Mulheres Olga Benario e o Movimento Estudantil Correnteza de Alagoas estão convocando um ato em defesa das mulheres após a estudante Janaína da Silva Bezerra, de 21 anos, ter sido morta durante uma calourada na Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina. A manifestação acontece nesta quarta-feira (1º), às 18h, na Praça da Paz, localizada na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em Maceió.

A estudante de jornalismo morreu no sábado (28), após ter sido estuprada e ter o pescoço quebrado, segundo a polícia. O crime ocorreu durante uma calourada em um prédio da instituição. O estudante do mestrado em matemática da UFPI, Thiago Mayson Barbosa, 29 anos, foi preso como principal suspeito pelos crimes de feminicídio e estupro.

Um laudo do Instituto de Medicina Legal do Piauí apontou indícios de violência sexual contra Janaína e que a causa da morte foi um “trauma raquimedular [lesão na medula] por ação contundente”. O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Baretta, afirmou que houve estupro.

De acordo com o laudo, houve uma contusão na coluna vertebral, o que causou a lesão da medula espinhal e a morte. A lesão pode ter sido causada por pancada, que teria torcido ou traumatizado a coluna vertebral, conforme a médica legista. Uma das possibilidades investigadas é a ação das mãos no pescoço da vítima “com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta”.

Foto: Reprodução/Redes sociais

Em publicação das redes sociais, os movimentos sociais de Alagoas afirmam que receberam a notícia com “profunda revolta”. “A violência de gênero que leva a vida de nossas jovens mulheres precisa acabar. Os números escancaram a brutalidade contra as mulheres em nosso país: no primeiro semestre de 2022, foram aproximadamente 700 casos de feminicídio”.

“Queremos que nossa voz seja ouvida, porque na maioria dos casos, as universidades se desresponsabilizam, mantendo o agressor impune e revitimizando as mulheres”, diz trecho da nota.

Ainda segundo a nota, os movimentos declaram que exigem que as universidades tenham política de segurança para as vidas das mulheres e não apenas patrimonial. “É preciso mais investimentos para garantir a segurança com câmeras, melhor iluminação e mais profissionais. Exigimos o retorno dos concursos para segurança que foram extintos e colocaram um serviço essencial na mão de empresas terceirizadas”.