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Estudantes com deficiência visual recebem atendimento especializado: “inclusão social”

O Dia Mundial do Braille é celebrado nesta quarta-feira (4) e tem o objetivo de conscientizar o mundo sobre a importância da inclusão de pessoas com deficiência visual na escrita e na educação. É por meio desse sistema que diversos estudantes conseguem aprender o alfabeto, as primeiras frases, a expressão comunicativa, entre outros. Na Educação de Maceió não é diferente.

Segundo Keila Francine Fragoso, que trabalha há 13 anos na coordenadoria de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação (Semed), na rede há em média 10 estudantes cegos e 19 com baixa visão. Há 106 professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) lotados na rede, sendo quatro professores de instituições parceiras.

No total, há em 19 escolas estudantes com deficiência visual. Eles são incluídos nas classes comuns onde o professor da classe comum conta com o apoio do professor do AEE e do profissional de apoio escolar.

“O trabalho com braille que é realizado nas escolas é desenvolvido em parceria com os professores do AEE, que em sua maioria são especialistas em educação especial, que tem como uma de suas atribuições realizar o plano de atendimento educacional especializado, levando em consideração suas habilidades e necessidades, bem como em ensinar o braille, fazer a transcrição dos textos em tinta para o Braille, ensinar o uso do soroban para fazer cálculos matemáticos, bem como orientação e mobilidade nos espaços da escola”, explicou Keila Fragoso.

Ainda de acordo com a técnica pedagógica, que também é mestre em educação e especialista em educação especial, o Braille tem como função principal possibilitar que pessoas com deficiência visual, parcial ou total, tenham acesso à leitura e à escrita.

“Esse sistema que é formado por sinais em relevo, permite o entendimento por meio do tato, causando impactos positivos na educação por levar o acesso ao conhecimento”, disse ela, que alertou que o termo adequado para se falar é Pessoa Com Deficiência Visual. “De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão de 2015, devemos utilizar o termo pessoas com deficiência”, porque, segundo a técnica, é a pessoa que deve ser evidenciada e não a deficiência.

Acesso ao conhecimento

Uma das escolas que faz o trabalho com o Braille é a unidade Haroldo da Costa, localizada no Tabuleiro do Martins. Maria Quitéria Ferreira é auxiliar de sala há um ano na escola e dá suporte para a estudante Tauane da Silva, de 13 anos.

“Com a orientação e o apoio dos professores da classe comum e os professores do AEE, pego o alfabeto em braille, tento estimular ela a formar pequenas frases, famílias de letras, a juntar vogais, tudo tendo como base as minhas pesquisas”, contou Quitéria Ferreira.

“Tudo que faço está dentro do conteúdo que os professores passam. A gente utiliza histórias, alfabeto, nomes de animais, matemática, enfim. Tauane depende de tudo lá, para escovar os dentes, ir ao banheiro, se higienizar, mas ela tem conseguido mais independência com o passar dos dias de aprendizagem, inclusive no quesito leitura e escrita. Acredito que a socialização e a inclusão tem feito bem a ela, não só a ela, mas também para a família”, concluiu.

Para Keila Fragoso, o Braille torna possível a acessibilidade às pessoas com deficiência visual, proporcionando uma maior independência. “A importância do Braille nas escolas é a de melhorar o acesso ao conhecimento, ao mercado de trabalho e as demais atividades que fazem parte das rotinas dessas pessoas. É uma forma de inclusão social”.

O Braille surgiu na França, no século 19, por meio de Louis Braille. No Brasil, o sistema foi introduzido por José Álvares de Azevedo, idealizador da primeira escola para o ensino de cegos no país, o Imperial Instituto de Meninos Cegos – o atual Benjamin Constant. O Dia Nacional do Braille é comemorado no aniversário de José Álvares, dia 8 de abril.

*Com Assessoria