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O Ceará teve 345 pessoas trans atendidas pelo Centro de Referência LGBT+ Thina Rodrigues em 2022. Do total, 308 solicitaram retificação de nome e gênero no registro civil. O estado celebra, nesta quarta-feira (15), o Dia Estadual de Combate à Transfobia.
Entre as solicitações, quase 48% são mulheres trans e travestis; com relação à faixa etária, 40,7% das pessoas trans que buscaram o centro são jovens, de 18 a 24 anos de idade; e 61,1% são pessoas negras.
O Centro Thina Rodrigues oferece acolhimento e atendimento humanizado à população LGBTI+, em situação de vulnerabilidade social ou em situação de violência decorrente de LGBTfobia. O órgão oferta serviços especializados nas áreas jurídica, psicológica, assistencial, além de orientação e acompanhamento às vítimas e familiares, com suporte de uma equipe multidisciplinar.
A coordenadora do centro, mulher travesti, Samilla Marques, destacou as conquistas mais recentes no enfrentamento à transfobia. Para ela, a criação do próprio Centro e a lei que determina a afixação de placas de enfrentamento à LGBTfobia, em estabelecimentos públicos e privados são marcos que o estado ganhou no combate a essa violência.
“O Centro é o primeiro equipamento de denúncia do Ceará e identificamos que a população trans é a que mais precisa, uma população de extrema vulnerabilidade social, que precisa da atuação do Estado para a superação dessas discriminações. O Centro não é a única ferramenta, mas é a mais importante hoje no combate à transfobia”, disse Samilla.
Outros avanços foram a aplicação do projeto Retifica Trans, que vem garantindo a retificação de nome e gênero no registro civil, elevando o número de pessoas trans com nome social no documento de identidade.
E a implantação do Oportuniza Trans, que busca capacitar a população trans, dialogar com as empresas, intermediar e viabilizar a inserção de pessoas trans no mercado de trabalho formal, como medidas afirmativas, inclusivas e de garantias de direitos da população LGBT.
Contudo, Samilla reconheceu que ainda há muitos desafios difíceis a serem superados, principalmente na violência física contra pessoas trans. Ela defendeu a intensificação de ações de combate à LGBTfobia no Ceará e no Brasil, com a criação de novos projetos e fortalecimento dos atuais programas de apoio e capacitação à população LGBT para seguir na construção de um estado com cidadania e respeito à diversidade.
*com G1 Ceará