Foto: Arquivo pessoal
A maranhense Sabrina da Silva Santos, de 20 anos, foi aprovada no curso de medicina na Universidade Federal de Roraima (UFRR). Natural da cidade de Itinga do Maranhão, a 416 km de São Luís, a jovem, que estudou a vida inteira em escolas públicas, compartilhou o fato em suas redes sociais após saber da esperada conquista.
Ao lado do pai João Pinheiro Santos, lavrador e pescador, e a mãe Maria de Fátima Nascimento da Silva, analfabeta e doméstica, a estudante não conseguiu conter as lágrimas ao ouvir a notícia do resultado por meio de uma rádio universitária. Também emocionada, a mãe da jovem se ajoelhou e levantou as mãos em agradecimento.
“Foi um momento indescritível, não tenho nem palavras para me expressar, um mix de emoções, de lembranças, passou um filme na minha cabeça de tudo o que eu vivi, de todos os choros. Foi a sensação mais feliz do mundo”, disse a jovem.
Trajetória até a aprovação
Em busca de melhores oportunidades e condições de estudo, Sabrina se mudou, aos 14 anos, de Itinga do Maranhão para São Luís. Na capital, ela passou a morar de favor com uma senhora que a acolheu como filha, dividindo a rotina de estudos com outras ocupações.
Durante esse período, Sabrina trabalhou como cabeleireira, design de sobrancelhas e também dava aulas de reforço. Apesar das dificuldades diárias, a estudante nunca deixou de sonhar em cursar medicina.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/T/l/6GMIPJQNW1kHqlN5uBfw/whatsapp-image-2023-02-01-at-21.45.35-1-.jpeg)
Sabrina conta que, quando estava em São Luís, seus pais não puderam lhe dar dinheiro por não terem condições financeiras, mas lhe deram algo melhor: apoio e amor. Mesmo após 16 resultados negativos, ela não desistiu e prestou novamente o vestibular para a UFRR, finalmente obtendo o “sim” que esperou por tanto tempo.
“Não foi fácil. Pelo contrário, foi muito difícil pois não é todo dia que um filho de baixa renda que estudou a vida toda em escola pública consegue romper a bolha a qual ele nasceu. Não é todo dia que um pai lavrador e uma mãe doméstica consegue ver um filho aprovado em medicina”, afirmou Sabrina.
*com G1 Maranhão