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Startup alagoana conquista prêmio nacional com projeto de geração de créditos de carbono: “impacto socioambiental”

A startup alagoana Nosso Mangue, do Pontal da Barra, em Maceió, desenvolve no bairro um projeto voltado para geração de créditos de carbono por meio da recuperação do manguezal da região.

A startup foi a grande vencedora do prêmio no módulo “Criação”,  no Demoday BNDES Garagem, realizada nesta semana em Brasília pelo banco estatal.

Mayris Nascimento, CEO e fundadora da startup, explica que o projeto se debruça sobre a grave questão ambiental que envolve as emissões dos gases do efeito estufa na atmosfera. E para auxiliar pessoas e empresas a compensarem as suas emissões, a Nosso Mangue sugere concessionar áreas para recuperação, conservação e preservação dos manguezais por meio de mecanismos financeiros inovadores.

Tais mecanismos valorizam os manguezais, que têm a capacidade de captura de carbono 10% superior do que a própria Floresta Amazônica, além de criarem renda aos proprietários das áreas a serem recuperadas. A Nosso Mangue já ajudou a plantar mais de 10 mil mudas de espécies nativas dos manguezais.

“Trata-se de um negócio de impacto socioambiental porque ele foca em resolver problemas tanto sociais como ambientais, tendo como base a recuperação, preservação e conservação de áreas desmatadas de manguezais para a compensação da pegada de carbono, bem como com o turismo regenerativo dentro do próprio manguezal”, explica.

Graças ao Nosso Mangue, na área piloto recuperada, já é possível perceber indicadores positivos na regeneração da fauna e da flora, como, por exemplo, a evolução das espécies de plantas e animais na cadeia reprodutiva.

“A startup consegue atuar dentro de três problemáticas mundiais, desde o combate ou minimização da fome, desmatamento dos manguezais e mitigação dos gases de efeito estufa a partir do sequestro que o mangue realiza dentro do processo fotossintético. O mangue tem essa capacidade de mitigar cerca de 5% a 10% a mais dos gases de efeito estufa quando comparado aos outros biomas”, destaca a CEO.

Para alcançar esse reconhecimento, Mayris Nascimento contou com o apoio do Sebrae Alagoas, que fomenta as melhores propostas inovadoras de negócios nos setores de meio ambiente como a Nosso Mangue. A analista da Unidade de Soluções e Inovações do Sebrae Alagoas, Ana Madalena Sandes, explica que identificou rapidamente a vocação da startup.

“A Nosso Mangue nasceu por meio da participação dela nos eventos do Sebrae. Aqui ela descobriu o que é um negócio de impacto, que antes ela chamava inicialmente como projeto, mas aí logo depois virou o negócio. Quando vira um negócio, a empresa começa a acessar alguns editais, acessar algumas capacitações e damos orientações nisso”, relembra.

Segundo ela, inicialmente, Mayris pensava apenas em plantar. “Mas como é que pode ganhar dinheiro com isso? Os negócios de impacto resolvem problemas mas, ao mesmo tempo, precisam de viabilidade financeira. E foi aí que a gente levou ela a pensar sobre isso, em como ganhar dinheiro fazendo o que faz. Cada vez mais a gente foi melhorando esse modelo de negócio, até chegar ao turismo de base comunitária e a startup deslanchar”, completa Ana Madalena.

*Com Sebrae