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Conheça a história de Selma Bandeira que dá nome ao prêmio de reconhecimento da atuação de mulheres alagoanas

Foto: Cleide Oliveira/Arquivo Pessoal

Nesta quinta-feira (30), acontece a 13ª edição do Troféu Selma Bandeira como parte da programação do Mês da Mulher. A premiação que homenageia figuras femininas que contribuem para uma sociedade mais justa, leva o nome da médica e deputada Selma Bandeira (1944-1986), que lutou ao longo da vida pelos direitos dos cidadãos alagoanos e igualdade de direitos para as mulheres. 

Selma Bandeira nasceu em Delmiro Gouveia no dia 1° de janeiro de 1944. Ela se destacou pela sua militância política e papel ativo na luta a favor da cidadania. Médica formada pela Universidade Federal de Alagoas, foi vice-presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Medicina e ensinou biologia no Colégio Estadual de Alagoas. 

Em 1968, foi presa em São Paulo durante a sua participação no 30° Congresso da UNE. Ela foi solta no dia 17 de outubro do mesmo ano, após ser indiciada pela Lei de Segurança Nacional, mas essa foi apenas a primeira vez que Bandeira sofreu represálias por causa da sua atuação.

Ela foi perseguida pelo delegado paulista Sérgio Paranhos Fleury, que ao não conseguir encontrá-la, veio a Maceió, em 1973, para prender seus irmãos, levando-os para Recife e torturando-os durante 30 dias.

Cinco anos depois, em 1978, Selma Bandeira foi presa em Recife, quando seu apartamento foi invadido por mais de 30 policiais. Após um ano e três meses de sua prisão, a médica foi a primeira presa política a ser beneficiada com a Lei da Anistia. 

Após ser solta, ela voltou a Maceió e se filiou ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), onde atuou como médica sanitarista. Em 1982, foi eleita para a Assembleia Legislativa Estadual. 

Ela faleceu em 7 de setembro de 1986, aos 42 anos, ao se envolver em um acidente automobilístico, enquanto ia para o município de Viçosa para um evento de sua campanha para deputada federal. 

Seu funeral foi acompanhado por milhares de pessoas por 10 km até o Cemitério Parque das Flores. Selma Bandeira se tornou um símbolo revolucionário, reconhecida e respeitada pela sua luta a favor do povo alagoano.

*com Assessoria