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Farmacêutica da Sesau alerta para riscos da automedicação: “essa prática pode levar alguém a morte”

Foto: Carla Cleto

Consumir remédios por conta própria tem se tornado uma prática comum, mas esse ‘costume’ no entanto, apresenta altos riscos à saúde, que vão desde uma intoxicação, até mesmo a morte. Nesta sexta-feira (5), Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, a farmacêutica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Graziela Oliveira, dá dicas importantes para evitar o uso indiscriminado de medicamentos.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso racional de medicamentos acontece quando os pacientes recebem receitas de medicamentos indicados por médicos para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado. A OMS estima que mais da metade de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada, e que metade de todos os pacientes não os utiliza corretamente.

Segundo ela, existem alguns medicamentos que o farmacêutico pode orientar nas farmácias, pois eles são isentos de prescrição. Porém tem todo um cuidado profissional em indicar o melhor medicamento para aquilo que o paciente está sentindo, reclamando.

“Até a necessidade de ele procurar um médico e não se automedicar da forma que acha melhor. Há casos de um paciente procurar uma farmácia para comprar um remédio indicado por um parente, vizinho, que tomou. Não é porque outra pessoa tomou e se sentiu bem que ele também vai se sentir bem com aquele mesmo medicamento, pois existem várias doenças com os mesmos sintomas e características, mas que podem ser outra coisa, e aquele medicamento que serviu para o seu vizinho ou parente pode não servir para você”, esclarece Graziela Oliveira.

Os medicamentos possuem efeitos colaterais e, por isso, o uso indiscriminado pode trazer diversos prejuízos à saúde, como intoxicação, alergias e lesões a órgãos, além de atrapalhar o diagnóstico de algumas doenças, pois a automedicação pode mascarar sintomas de doenças graves.

“Muito cuidado com a automedicação, pois ela pode levar a efeitos colaterais graves, até mesmo a morte. Quando o paciente vai até a farmácia comprar um remédio sem nenhuma orientação ou prescrição médica, principalmente as formas injetáveis, que são mais perigosas, por ter uma ação mais rápida, pode levar a graves problemas de saúde”, salientou a farmacêutica.

Descarte de Medicamentos

Com relação aos medicamentos que não foram utilizados, porque foram adquiridos em uma quantidade maior do que a prescrita para o tratamento, por exemplo, devem ser descartados, bem como os vencidos. Mas o descarte deve ocorrer em locais adequados, pois em hipótese alguma se deve jogá-los indiscriminadamente no lixo comum.

 O descarte deve ser feito em pontos de coleta, como nas drogarias das grandes redes e nos postos de saúde municipais. Já quanto aos medicamentos de alto custo fornecidos pelo Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf) antiga Farmex, podem ser devolvidos na própria unidade de distribuição.

“A quantidade de medicamento que vem em uma caixa ou um frasco foi pensado para o tratamento completo, e muitas vezes o paciente deixa de tomar o remédio no meio do tratamento e guarda aquele medicamento para tomar em outra oportunidade que sentir um sintoma parecido ou até dá para um vizinho, e isso é errado. Se você não completou o tratamento e sobrou remédio tem que descartar corretamente o que sobrou, pois o remédio sofre a ação do tempo após aberto, dependendo do seu armazenamento”, disse Graziela Oliveira.

*com Assessoria