Foto: Renner Boldrino
Experiências de vida entrelaçadas com histórias de força e superação, em meio a um ambiente predominantemente masculino focado no enfrentamento da criminalidade. Este é o foco do livro “Mulheres na Segurança Pública”, lançado no último domingo (13) durante a 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, pela renomada Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal).
Sob a autoria da professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Elaine Pimentel, com organização da major da Polícia Militar, Joyce Oliveira, e coordenação de Adriana Cavalcante, o livro apresenta os relatos de 27 profissionais que desempenham papéis cruciais em Alagoas. O rol abrange mulheres do Corpo de Bombeiros Militar, da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Científica e da Polícia Penal.
“Esta obra coletiva foi sonhada antes da pandemia e executada durante esse período desafiador. […] É um registro documental que compartilha as jornadas destas mulheres, que ousaram romper o silêncio que cercava suas carreiras e instituições. Assim, este livro já se torna revolucionário, visto que quebrar o silêncio é uma forma de revolução”, enfatiza Elaine Pimentel, renomada pesquisadora no campo da segurança pública.
A trajetória conjunta de Elaine Pimentel e da major Joyce teve seu início na Ufal, quando Joyce cursava Direito. Em 2015, ambas lançaram juntas o primeiro livro, focado na Polícia Militar. A major Joyce destaca a pioneirismo da presente obra no Brasil, afirmando que possivelmente servirá como um estudo de caso. Elaine Pimentel complementa, sugerindo que o livro já se consolida como uma ferramenta de pesquisa valiosa.
Desafios do Machismo Estrutural
As profissionais participantes da obra compartilharam desafios e obstáculos enfrentados dentro de suas instituições, com o intuito de fortalecer outras mulheres por meio de suas vivências.
“Muitas das autoras deste livro compartilharam suas lágrimas em minha sala. Muitas delas dividiram suas dores comigo e com a professora Elaine, expondo problemas graves que frequentemente minaram a confiança e a motivação em suas atividades, levando-as até mesmo a enfrentar depressão. Isso apenas reforça que o silêncio é a pior escolha quando se trata de revitalizar a força da mulher na segurança pública”, afirma Karla Padilha, promotora do Ministério Público, responsável pelo prefácio da obra.
Para a professora Elaine Pimentel, o ato de romper o silêncio e desafiar a invisibilidade das mulheres na segurança pública é um dos objetivos centrais do livro.
“Em todos os espaços que nós, mulheres, ocupamos como espaços de poder, essas frases surgem, muitas vezes de forma casual: era apenas uma brincadeira, não era sério. No entanto, entendemos o impacto que essas palavras podem ter. […] Desejamos que as vozes registradas nestas páginas sejam reconhecidas como vozes de profissionais femininas da segurança pública”, ressalta.
O lançamento da obra contou com a presença de servidores da Ufal, estudantes, representantes do Poder Judiciário, Ministério Público, governo de Alagoas, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Científica, Polícia Penal, além de outras instituições. O livro está disponível para compra no estande da Edufal até o dia 20 de agosto, na 10ª Bienal Internacional do Livro, sediada no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, no bairro do Jaraguá.
*com Assessoria
