Foto: Ilustração
Após ganhar o prêmio Barco a Vapor de Literatura, a professora Joyce Martins, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), autora do livro A Tatuagem, lança agora mais uma obra que promete dar o que falar. É o livro Contos de uma história só, pela editora Patuá. O livro será lançado no próximo dia 28 de outubro, em São Paulo, na livraria Patuscada.
Em A Tatuagem, Joyce fala de uma personagem que descobriu o significado de uma intrigante sequência de números tatuados, mas que tenta esquecê-los a qualquer custo. Durante a história, vão se delineando memórias familiares e fatos relativos a regimes de opressão, principalmente no Brasil e na Alemanha.
Na nova obra, situando-se entre a fronteira do conto e do romance, levando adiante o tema da memória e do esquecimento, que já aparecia em A tatuagem, a autora situa a história no segundo ano da pandemia. “Os dias se repetiam entre corredores intermináveis e paredes azul-acinzentadas. A noite caía na infinita sala. A morte estava à espreita”, o mistério está no ar.
A obra recebeu há pouco o selo “altamente recomendável”, da Fundação Nacional do livro Infantil e Juvenil. “Diferente do livro juvenil premiado, o novo texto tem como foco o presente e fala um pouco de todos nós, milhões de enlutados depois da pandemia de covid. O livro narra os últimos anos de um casal de idosos que estiveram aos cuidados de dois filhos negacionistas”, revela.
Joyce Miranda Leão Martins é socióloga, cientista política e escritora. Ela conta que o livro é muito político, mas aborda o tema de outra maneira da que ela costuma fazer na sala de aula, onde ensina Ciência Política. “Em vez da ciência, em que prevalece o método e a racionalidade, a arte, em que a emoção predomina. Além disso, assim como a Ufal está situada no Nordeste, a história também se passa por aqui, em uma cidade litorânea”, avisa.
O início
O interesse pela leitura deu início à vida de escritora. “Acredito que o amor pelos livros me levou, de modo natural, à escrita. Só que eu nunca pensei em trabalhar com isso, era apenas um hobby. Há alguns anos, comecei a escrever pequenos textos e colocar no Facebook. Recebi elogios inesperados e resolvi continuar escrevendo. Quando chegou a pandemia, o interesse aumentou. Foi uma forma de me sentir melhor”, conta.
Em 2022, ela foi a vencedora do prêmio Barco a Vapor, de literatura infanto-juvenil, e a partir daí, decidiu que iria trabalhar com as Ciências Sociais e a Literatura. “Enviei o manuscrito para a editora Patuá, uma das principais responsáveis por promover a literatura brasileira contemporânea. Na minha apresentação, dizia ser finalista do prêmio Barco a Vapor – que logo depois eu viria a ganhar com o texto A tatuagem. O Eduardo Lacerda, editor da Patuá, me respondeu em dois dias, dizendo ter interesse em publicar a obra e prometendo fazer um livro com todo cuidado e carinho, como, de fato, fez!”, comemora.
*Com Assessoria