“Trabalho ressignificando a vida das pessoas com arte, seja através de vasos com pinturas exclusivas, paredes que acolhem, murais externos ou roupas. Eu conto a história das pessoas em desenhos”. O relato é de Joyce Nobre, empreendedora alagoana que vendia flau na porta da universidade e se tornou uma artista visual no ‘NobreViverdeArte’.
A trajetória de Joyce teve início durante a pandemia da COVID-19. Ela percebeu que, apesar de ter acumulado várias experiências profissionais, nunca havia dedicado tempo para realizar seu sonho de trabalhar com arte.
“Estudar arte e fazer arte”
“Em 2020, decidi dar um passo adiante e expandir meu negócio, buscando trabalhar com revenda. Infelizmente, justo quando estava prestes a alcançar novos mercados, a pandemia do coronavírus chegou e impactou negativamente meus planos. Meu negócio passou por dificuldades. Nesse momento decidi que era hora de realizar o maior sonho da vida: estudar arte e fazer arte”, conta a artista.
Esse esforço a levou ao reconhecimento nacional, conquistando um prêmio de empreendedorismo popular. De acordo com ela, seu produto inovador foi amplamente elogiado, mas um novo capítulo se aproximava.
Joyce matriculou-se em um curso de Artes Visuais, onde fez uma descoberta que mudaria sua vida. Encontrou sua verdadeira vocação e decidiu criar e dar funcionalidade a vasos e peças de cerâmica, pintando com suas criações exclusivas, inspiradas em sua ancestralidade e na conexão com a natureza.
Agora, os principais fornecedores de Joyce são vendedores locais com quem estabeleceu parcerias criativas para colaborar com suas ideias. Ela expandiu seus pontos de venda para plataformas online, como Instagram e WhatsApp, além de colaborar com estabelecimentos locais, como o restaurante Odara e o laboratório afro Ajayô, localizado no Pontal da Barra, em Maceió.
“Além disso, minha arte ganhou destaque nas ruas da cidade através de murais que pintei como parte de um projeto de muralismo em Maceió. Sempre prezo por representar em minhas obras o sagrado feminino, a maternidade, mulheres, corpos, florescer e alegria”.
Desafios: mãe, empreendedora, esposa…
Seus maiores desafios incluem gerenciar suas múltiplas tarefas como mãe, empreendedora, esposa, além de lidar com as inseguranças da recente vida de artista que inclui atender e ter suas habilidades questionadas.
“Um mural que pintei, tive que subir sete metros de altura em um andaime que balançava. Muita gente não acreditou. Também fiz uma sala de um escritório onde a pessoa que me contratou me perguntava: ‘se eu não gostar, você vai fazer o quê?’ Ela passou o dia ligando pedindo foto. A gente é invalidada constantemente”.
Apesar disso, Joyce não se intimida, e segue buscando seu propósito de impactar pessoas e transformar vidas com o seu trabalho. “Por último, encarei o desafio de pintar esse mural de mais de 150 metros pela prefeitura de Maceió no porto. Me considero ainda verde nesse ramo, mas percebo que alcanço pessoas com minha arte”, finaliza.