Foto: Carla Cleto / Ascom Sesau
A obesidade infantil pode ser a porta de entrada para diversas doenças crônicas, como câncer, hipertensão, diabetes, colesterol alto e doenças cardiovasculares, além de contribuir no agravamento de patologias respiratórias. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que uma em cada três crianças entre cinco e nove anos está acima do peso no país.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) alerta para os cuidados que os pais ou responsáveis precisam ter com a alimentação das crianças, com o intuito de se evitar casos de obesidade infantil, um dos problemas que mais acometem os pequenos no mundo.
A nutricionista da Gerência de Atenção Primária da Sesau, Gilvânia Nóia, destacou que o cuidado com a alimentação deve ser iniciado ainda na gestação. “Estudos apontam que a criança vai criando memória alimentar ainda na barriga da mãe. Além disso, a ingestão de alimentos saudáveis beneficia a formação do bebê e tende a diminuir o risco da gravidez”, disse a profissional.
Já após o nascimento, o leite materno deve ser a única alimentação nos primeiros seis meses de vida. Depois desse período, alimentos suplementares, como frutas e legumes, podem ser introduzidos, sem parar com o leite materno até os dois anos. A partir dos dois anos, o cuidado deve ser redobrado.
De acordo com a OMS, mais de 40 milhões de crianças até cinco anos de idade estão enfrentando sobrepeso ou obesidade. Por isso, é importante que a alimentação nesta faixa etária seja feita com bastante responsabilidade.
Gilvânia Nóia também afirmou que os pais ou responsáveis precisam evitar, ao máximo, a introdução de alimentos ultraprocessados, como biscoitos e sorvetes, na dieta das crianças. “Esse tipo de alimentação é de alta densidade calórica e possui poucos nutrientes específicos para o crescimento adequado. O ideal é que eles não tenham contato com esses tipos de alimentos”, frisou a nutricionista.
Mudança de hábito alimentar
Em casos de crianças que já estão habituadas a comer ultraprocessados, estão acima do peso ideal ou já com um quadro de obesidade, a nutricionista destacou que a mudança de hábito alimentar deve ser de todos ao redor. “Não adianta os pais determinarem que filho tenha uma alimentação saudável e continuarem mantendo hábitos inadequados. A criança vai questionar e a mudança vai ser bastante dificultada. Quando uma família decide mudar o hábito de uma criança, todos devem estar prontos para alterar os seus também”, orientou Gilvânia Nóia.
A nutricionista da Sesau salientou que a mudança de hábito alimentar deve começar no momento da compra no supermercado, com o foco em frutas, legumes, verduras e carnes, no lugar de ultraprocessados. “Se a criança abre a dispensa e não encontra alimentos ruins para a sua saúde alimentar, isso também já facilita o processo de mudança. Todos precisam participar dessa etapa”, disse.
Serviço
Por fim, também é importante citar que o acompanhamento de um nutricionista é fundamental. Na rede pública, os pais ou responsáveis podem encontrar atendimento especializado nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos 102 municípios de Alagoas. Além disso, em Maceió, é possível ter acompanhamento nutricional nas Clínicas da Família, localizadas nos bairros Jacintinho e Benedito Bentes, ambas vinculadas à Sesau.
*Com Assessoria