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Trabalhadora que perdeu a perna em acidente na Rota do Mar alerta para cuidado no trânsito: “tenham prudência”

Foto: Carla Cleto / Ascom Sesau

No dia 12 de janeiro de 2024, a auxiliar de confeitaria Napoleane dos Santos Silva, de 37 anos, viveu um momento doloroso em sua vida. Durante o percurso para o trabalho, na Rota do Mar, em Maceió, a moto, que era conduzida por seu esposo, teve o pneu danificado, o que a fez cair por baixo de um caminhão. Por pouco não perdeu a vida, mas, lamentavelmente, a sua perna foi amputada no instante do acidente.

A fatalidade teve repercussão na mídia local pela brutalidade com que a perna de Napoleane foi arrancada. Mãe de dois filhos, residente no Benedito Bentes 2, ela lembra que o condutor do caminhão, de identidade desconhecida, mesmo não tendo culpa, ficou muito nervoso e prestou os primeiros socorros. E foi essa primeira atenção que, para ambos, fez toda a diferença e evitou que ela morresse no local.

“Ele saiu da caçamba muito preocupado, me protegeu do sol, ligou para o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência]. Pessoas que passavam no local também ajudaram, sinalizaram para evitar que outros veículos não nos atropelassem. Eu não lembro de tudo porque, naquele instante, eu só orava. Não havia percebido que estava sem a minha perna. Na verdade, eu ouvi quando falaram, mas achava que tinha sido do meu marido”, recordou a mãe de família.

Os socorristas do Samu levaram o casal para o Hospital Geral do Estado (HGE), referência em Urgência e Emergência e no tratamento dos traumas de média e alta complexidade. Durante o percurso, o casal conta que todo o tempo os profissionais estavam preocupados com eles, observando os seus sinais vitais e demais detalhes relevantes.

“Eu cheguei ainda ao HGE sem perceber que estava sem uma de minhas pernas. Lembro que teve um monte de gente me examinando, me levaram para fazer alguns exames e fui para o centro cirúrgico. Foi quando consegui olhar para mim e percebi a amputação. Eu fiquei muito nervosa, mas agradecida, também, por estar viva, e por encontrar pessoas que sabiam o que fazer para não me deixar morrer”, compartilhou a auxiliar de confeiteira.

Napoleane sofreu amputação da perna esquerda e fraturou o tornozelo, a fíbula e o quarto metatarso no membro direito. Ela ficou internada por quase dois meses no HGE, onde recebeu os cuidados necessários para a sua recuperação. O seu esposo, Wellington da Silva Vilela, de 35 anos, fraturou o joelho esquerdo e o tornozelo e fíbula direitos. Ele precisou ser transferido para uma unidade retaguarda contratualizada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), visando à correção que ele necessitava.

“Hoje nós estamos bem. Ele está praticamente recuperado e eu estou vivendo cada dia com gratidão e auxílio da família. Nós perdemos a moto, que era o instrumento de trabalho do meu marido. Mas agora nós não queremos mais andar de moto. Ele vai se dedicar ao conserto de máquinas de lavar e eu estou tentando o benefício do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], que infelizmente me negou, porém eu recorri com a ajuda de um advogado”, disse a trabalhadora.

Dados

Nos quatro primeiros meses deste ano, o HGE atendeu 1.748 pessoas vítimas de acidentes de trânsito. O número equivale a mais de 30% do quantitativo de acidentes de trânsito registrados no mesmo período de 2023. As colisões (762) têm sido mais prevalentes, mas os acidentes de moto (675), de bicicleta (103), atropelamentos (153), e capotamentos (55) aparecem também em destaque.

Ao longo de todo o ano de 2023, o HGE assistiu 5.435 vítimas de acidentes de trânsito, sendo 2.493 referentes a colisões, 2.015 a acidentes de moto, 476 a atropelamentos, 301 a acidentes com ciclistas e a 150 capotamentos. No ano anterior, o hospital notificou 5.398 atendimentos a acidentes de trânsito, dos quais 2.409 foram colisões, 2.086 acidentes de moto, 505 atropelamentos, 267 acidentes com ciclistas e 131 capotamentos. Todo esse quantitativo acende a luz amarela de alerta, o que motiva a campanha Maio Amarelo.

“Contudo, eu peço a todos que tenham prudência no trânsito. Que você dirija não só para você, mas para os outros. Tenham mais cuidado. Olhe a direção, olhe à esquerda, olhe à direita, porque sempre tem um mototaxista. Os motoqueiros também tenham prudência quando estão guiando suas motos. Porque você pode perder o controle, pode acontecer com você o que aconteceu comigo. E pode até perder a vida. Então, eu peço a todos, pelo amor de Deus, que tenham cuidado no trânsito. Porque a sua família pode sofrer por qualquer deslize seu ou de outros. É isso o que eu peço a vocês”, apelou Napoleane Silva.

*Com Assessoria