Foto: Assessoria
O Maracatu Baque Mulher Maceió comemora, neste sábado (24), um ano de existência. A celebração acontece a partir das 14h, na Escola Estadual Professora Erotildes Rodrigues Saldanha (Feitosa), onde o Baque Mulher realiza seus encontros semanais. A programação inclui roda de conversa com as mulheres “femenageadas”, ensaio aberto, palco livre, bazar solidário, feirinha de empreendedorismo feminino, artes, artesanato, produtos naturais, além de venda de comidas e bebidas.
Entre as homenageadas está a jornalista e fundadora do Eufêmea, Raíssa França. Além dela, na roda de conversa, estarão presentes para debater sobre o empoderamento feminino e as diversas formas de ser mulher em Maceió: Alycia Oliveira, candidata a vereadora por Maceió; Samantha de Araújo, atriz formada pela Escola Técnica de Artes da Ufal; Letícia Sant’Ana, membra fundadora e responsável pela percussão do Coletivo AfroCaeté; Emilly Vieira, advogada, professora e coordenadora do Núcleo de Prática Jurídica da Estácio; e Tereza Olegário, fundadora da Olegário Turbantes. A mediação ficará a cargo de Laura Pimenta, batuqueira do Baque Mulher Maceió e professora da Ufal.
O Movimento Baque Mulher
A presença da mulher no maracatu sempre foi essencial para sua existência e brilho na história da cultura popular brasileira. Porém, por muito tempo, suas funções eram mais concentradas nos bastidores das nações e nas alas de dança. De uns anos pra cá, isso tem mudado de forma significativa para a vida de muitas mulheres dentro do contexto do maracatu.
Mestra Joana Cavalcante teve e tem uma atuação essencial ao incentivar mulheres a ecoarem seus tambores e cada vez mais ocuparem os cortejos de carnaval, seja na dança ou tocando qualquer instrumento.
Em 2008, nas ruas do Recife Antigo, começou a promover encontros entre as mulheres e meninas da sua comunidade para tocar o maracatu, além de terem momentos de confraternização e lazer. Através desses encontros, o debate de que as mulheres sofrem com o machismo e com a violência doméstica dentro da comunidade passou a ser cada vez mais necessário.
Nesse contexto, Mestra Joana fundou o Grupo de Maracatu Baque Mulher. A partir daí, a única Mestra de Maracatu foi se tornando inspiração para outras mulheres que também buscavam se empoderar e superar a realidade de suas comunidades, em seus mais diversos contextos.
Em fevereiro de 2016 nascia mais uma grande ação: Mestra Joana e o Baque Mulher articularam o coletivo Feministas do Baque Virado, hoje chamado de Movimento de Empoderamento Feminino Baque Mulher, que tem por objetivo alinhar posicionamentos e fomentar a partir do maracatu de baque virado, projetos voltados para o empoderamento feminino.
Assim, membras do Baque Mulher espalhadas pelo Brasil, e fora dele, se veem motivadas a realizar ações em suas próprias comunidades, suas cidades e suas áreas de atuação, sempre apoiadas nos fundamentos do Baque Mulher e sob orientações de Mestra Joana.
Desde então, mulheres de vários estados têm se identificado com a proposta, somando forças ao movimento que hoje conta com mais de 300 batuqueiras, sendo que a maioria se concentra em Recife, mas outras tantas se encontram difundidas por todo o Brasil e fora do mesmo. Por isso, acredita-se que cada vez mais o grupo Baque Mulher tem ampliado sua rede de intervenção, se tornando um movimento social de alcance nacional e que tem suas ações realizadas em cidades do norte ao sul do país.