Neste 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e também o Dia Nacional de Tereza de Benguela, é urgente revisitar a história com outros olhos. Quantas mulheres negras você aprendeu na escola? Quantas delas tiveram seu nome lembrado sem ser em datas específicas?
A verdade é que a luta das mulheres negras sempre existiu — o que faltou foi espaço para contá-la. Por isso, neste texto, reunimos quatro mulheres negras brasileiras que você precisa conhecer. Mulheres que desafiaram sistemas, resistiram à opressão e marcaram o país com sua força.
1. Tereza de Benguela

Rainha e líder do Quilombo do Quariterê, no século XVIII, Tereza comandava um sistema político organizado, com parlamento e defesa armada, resistindo à escravidão por mais de 20 anos. Sua trajetória é símbolo de liderança, estratégia e força. Hoje, seu nome batiza esta data para lembrar que o protagonismo negro feminino vem de longe.
2. Antonieta de Barros

Foi a primeira mulher negra eleita deputada no Brasil, em 1934, por Santa Catarina. Professora, jornalista e política, Antonieta lutou pela educação pública, pelos direitos das mulheres e pelo acesso das pessoas negras à instrução. Uma pioneira esquecida nos livros didáticos, mas fundamental na história da democracia brasileira.
3. Dandara dos Palmares

Dandara dos Palmares foi uma guerreira negra do período colonial brasileiro, companheira de Zumbi dos Palmares. Lutou ativamente na defesa do Quilombo dos Palmares contra as tropas coloniais. Ela não era apenas “a esposa de Zumbi” — era uma líder estratégica, conhecia técnicas de combate, participava da organização da comunidade e defendia a liberdade com firmeza.
4. Maria Firmina dos Reis

Nascida no Maranhão em 1825, ela foi a primeira romancista negra do Brasil. Sua obra mais conhecida, Úrsula (1859), é considerada o primeiro romance abolicionista da literatura brasileira. Maria Firmina também foi educadora, compositora e defensora da liberdade. Criou uma escola mista e gratuita — algo revolucionário no século XIX — e enfrentou o racismo com palavras firmes e sensíveis.
Por que essas histórias importam?
Porque a história do Brasil não foi feita só por imperadores, militares e homens brancos. Foi — e ainda é — construída por mulheres negras que ousaram sonhar, liderar e transformar realidades.
Conhecer essas histórias é um ato de justiça. Compartilhar é um ato político.