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Criado em Alagoas! O aplicativo que promete revolucionar o acompanhamento do DIU no SUS

Imagina um aplicativo que ajuda enfermeiras e enfermeiros a cuidarem melhor da saúde das mulheres que usam DIU de cobre? Pois essa tecnologia já existe e foi criada aqui mesmo, no Campus Arapiraca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A ideia é simples e genial: facilitar o acompanhamento das pacientes, desde a colocação do DIU até o pós-procedimento. O aplicativo já foi registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e agora aguarda o reconhecimento da patente.

Mas… como esse app funciona?

Segundo o Ministério da Saúde, o DIU é um método contraceptivo super eficaz e pode ser colocado em qualquer fase da vida reprodutiva, desde que não haja contraindicação. A novidade do aplicativo está no fato de que, a cada consulta, os profissionais de saúde podem registrar informações importantes sobre as pacientes, como se houve aumento de cólicas, alterações no fluxo menstrual ou qualquer outro sintoma relacionado à presença do DIU.

De acordo com a professora Karol Fireman de Farias, coordenadora do projeto, o app permite monitorar tudo isso em tempo real. “Com base nos dados coletados, é possível saber se o DIU continua bem posicionado ou se precisa ser revisado, além de prever quando a paciente deve passar por um atendimento de urgência”, explica.

Foto: Cortesia

Ah! Vale lembrar que o uso do app é exclusivo para profissionais da enfermagem capacitados para inserir e retirar o DIU, o objetivo é fortalecer o atendimento das mulheres na rede pública.

Uma inovação que nasceu do atendimento real

O mais interessante? A ideia desse aplicativo não surgiu de um laboratório, mas do próprio dia a dia das consultas. Durante uma pesquisa, enfermeiras relataram a falta de ferramentas para acompanhar melhor as pacientes depois da colocação do DIU. E foi assim que o projeto começou.

Agora, as criadoras do app querem levar essa solução para mais lugares: o objetivo é lançar um projeto-piloto no SUS, em parceria com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).

Tudo pensado para facilitar a vida de quem cuida

Com o app, a equipe de enfermagem conta com um checklist guiado que ajuda a organizar as consultas após a colocação do DIU. O sistema ajusta automaticamente o calendário de retornos conforme o perfil da paciente, gera gráficos de acompanhamento, emite alertas caso algo saia do esperado (como alterações na pressão arterial ou no posicionamento do DIU) e ainda organiza relatórios comparativos das consultas.

Além disso, o aplicativo funciona como um verdadeiro centro de apoio para os profissionais: tem manuais, fóruns de discussão, documentos oficiais e até um banco de dados anônimo para estudos futuros. E a novidade: uma versão para as pacientes também está nos planos!

O app é só tecnologia? Nada disso. É cuidado.

“Desde 1996, o planejamento familiar é um direito garantido no Brasil. Mas, na prática, muitas mulheres ainda enfrentam filas e falta de acompanhamento”, lembra José Roberto da Silva, estudante de Ciência da Computação e um dos criadores do app. “Esse aplicativo é uma forma de transformar esse direito em um cuidado real.”

Aliás, José Roberto e toda a equipe de estudantes da Ufal estão mais do que orgulhosos. Afinal, eles não só criaram um app que pode mudar o atendimento à saúde reprodutiva no SUS, como também conseguiram o registro no Inpi enquanto ainda estavam na graduação!

Inovação que abre portas

Para Cristiane Ferreira, idealizadora do projeto e hoje doutoranda da Ufal, transformar pesquisa em solução prática foi um divisor de águas na carreira. “Esses produtos não só melhoraram meu currículo, como mostraram minha capacidade de levar conhecimento para o dia a dia das pessoas”, conta.

A atuação das enfermeiras no SUS

Ah! Um detalhe importante: segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), enfermeiras e enfermeiros capacitados têm autorização legal para inserir e retirar o DIU na rede pública. Essa atuação ajudou a aumentar em 44% o número de inserções do dispositivo entre 2022 e 2023. Ou seja: mais mulheres, principalmente aquelas que dependem do SUS, puderam ter acesso a esse método contraceptivo seguro e eficiente.

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