Foto: Mykeas Max
A Secretaria de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (Secdef) reuniu cerca de 130 mulheres PcD’s de Alagoas para discutir políticas públicas voltadas a esse público feminino. Em quatro eixos, a iniciativa tratou de saúde mental, segurança, mercado de trabalho, educação, mecanismo de escuta e acessibilidade. A ação ocorreu no Instituto Federal de Alagoas (Ifal), em Maceió, nesta segunda-feira (11).
A secretária de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência, Tereza Nelma, destacou o índice de mulheres PcDs no estado.
“De acordo com dados do Censo de 2022 do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], Alagoas tem o maior percentual de pessoas com deficiência no país. São 300 mil, o equivalente a 9,6%. Além disso, as mulheres são maioria entre as PcDs, com 10,8% da população feminina, maior percentual entre os estados”, disse.
Tereza Nelma ressaltou ainda que os dados referentes às mulheres PcDs revelam outros percentuais.

“As desigualdades são percebidas na educação. O analfabetismo entre as pessoas com deficiência no estado é de 36,8%, que representa o segundo maior percentual do país. Além disso, as mulheres são maioria entre as PcDs, com 10,8% da população feminina nessa condição, maior percentual entre os estados”, comentou.
Além da construção de políticas públicas, Tereza Nelma ressaltou que a conferência livre reafirma o compromisso de construir um estado mais inclusivo, levando as pessoas com deficiência ao protagonismo social.
“Essa iniciativa reforça o que já sabíamos na prática: o desafio é enorme, e precisamos enfrentá-lo com políticas públicas sólidas, efetivas e empáticas. Nossa população com deficiência precisa ser vista e ouvida”, afirmou.
Durante a conferência, foram discutidos quatro eixos. O primeiro tratou das garantias de políticas interseccionais com recorte específico para mulheres com deficiência no âmbito da saúde, segurança, trabalho e educação.
O segundo abordou a criação de mecanismos permanentes de escuta e consulta com mulheres com deficiência na formulação de políticas públicas. Na sequência, foi debatida a ampliação da acessibilidade nas delegacias, serviços de saúde e espaços de justiça, com formação continuada de servidores.
Na quarta, foi discutida como a saúde mental da mulher com deficiência pode ser afetada por uma combinação de fatores intrínsecos à deficiência.

Para reafirmar o compromisso com a política de inclusão social, as cerimonialistas foram duas mulheres com deficiência: as assessoras técnicas da Secdef Ana Cláudia e Caroline Ferreira. Além delas, as palestras também serão proferidas por mulheres com deficiência.
“O objetivo é sempre assegurar a representatividade e a diversidade, reafirmando a plena participação das mulheres com deficiência”, disse Tereza Nelma.
Vale destacar que também foram discutidas a realidade social, econômica, política, cultural e ambiental impacta diretamente na saúde mental da população, não sendo um problema meramente individual.
Promovida pela Associação das Mulheres com Deficiência do Estado de Alagoas (AMDEAL), a conferência livre representou um espaço de construção coletiva, escuta ativa e protagonismo. Esse instrumento legítimo de mobilização assegura que as experiências, saberes e demandas das mulheres com deficiência estejam presentes na Etapa Nacional da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, fortalecendo o princípio da interseccionalidade.
*Com Assessoria