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A moda tem sufocado sua autoestima?

Essa semana participei de um evento sobre empreendedorismo feminino e, definitivamente, os temas mais abordados foram autoestima e medo do julgamento. Esses termos parecem ser a maior assombração para as mulheres em 2025, e tenho falado bastante sobre isso com amigas e clientes, inclusive nas redes sociais.

A moda sempre existiu para pertencer a dois extremos gigantescos: ou ela nos ajuda a ter uma autoestima equilibrada e esquecer todo mundo que nos julga ao nosso redor, ou coloca terra por cima e acaba de enterrar.

Nesse momento em que estamos, não é difícil entender por que colocamos essa grande responsabilidade da nossa expressão pessoal na nossa identidade visual individual. Hoje o mundo gira em torno do que vemos nas telas, muito mais do que daquilo que vivemos de verdade ou sentimos.

O recorte de segundos da vida dos outros nos mostra perfeição, beleza, atração. E isso vai gerando, a cada dia, mais frustração, medo e insegurança. As roupas mais incríveis são só para os outros. Os acessórios de marcas famosas, não podemos pagar. E assim segue o fio que nos leva à impotência e que nos trava.

Isso acaba se estendendo ao corte de cabelo, ao esporte que fazemos, aos lugares que frequentamos. E me pergunto se todo mundo quer isso mesmo na vida, ou se só estamos sendo levados a gostar daquilo que todo mundo está fazendo e postando.

Sim, desde quando o mundo é mundo, é assim que surgem as tendências: quando a expressão se torna coletiva e popular. Esse é o verdadeiro conceito de moda. Mas isso deve ser usado como ferramenta de autonomia, liberdade, escolha consciente, não de prisão.

O que está matando nossa autoestima é justamente esse distanciamento do nosso “eu”. E a moda existe para ser ferramenta de autorreconhecimento. Vestir-se com as próprias escolhas e sob o olhar da própria jornada é escolher quem a gente quer ser de verdade. E, a partir daí, qualquer julgamento se torna irrelevante.

A moda não pode ser a sentença final da nossa autoestima. É ferramenta, é recurso. É gesto silencioso de liberdade e coragem.

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