Miomas uterinos estão entre as principais causas de afastamento do trabalho. A endometriose, por sua vez, leva em média sete anos para ser diagnosticada. Esses números mostram uma realidade dura: a saúde das mulheres ainda recebe menos atenção do que deveria. Mas um novo projeto quer mudar esse cenário.
O Curso de Qualificação em Saúde das Mulheres, do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS) em parceria com a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e o Ministério da Saúde, foi criado para capacitar profissionais da Atenção Primária à Saúde em todo o Brasil. A ideia é clara: garantir que cada mulher, independente de onde viva, receba atendimento humanizado e eficaz durante todo o ciclo da vida — da primeira menstruação à menopausa.
“A gente quer sensibilizar os profissionais para as especificidades de gênero que interferem na saúde da mulher, reduzindo morbidade e mortalidade, principalmente em causas evitáveis”, explica Roberta Azevedo, coordenadora do projeto na BP. Segundo ela, o impacto vai além da saúde: ajuda a economia, reduz afastamentos e melhora a qualidade de vida.
O curso, disponível até o final de 2026, é totalmente online, gratuito e voltado para agentes comunitários(as), enfermeiros(as), técnicos(as) em enfermagem e médicos(as). As aulas têm entre 3h e 5h de duração, são interativas e abordam temas como anticoncepção, prevenção do HPV, educação sexual, menopausa, prolapso genital, incontinência urinária, endometriose, sangramento uterino anormal, saúde da população LGBTQIA+ e violência contra a mulher.
Essa nova etapa amplia um projeto iniciado anos atrás, que era focado apenas na endometriose. Agora, o objetivo é dar aos profissionais ferramentas para identificar, prevenir e tratar diversas condições que afetam a saúde feminina, fortalecendo o cuidado desde a porta de entrada do SUS.
As inscrições já estão abertas e podem ser feitas no site oficial.
*Com Medicinasa