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Família de Silene Monteiro fará ato no julgamento de feminicídio motivado por intolerância religiosa

Silene Monteiro de Oliveira foi assassinada com 20 facadas e golpes de martelo na cabeça dentro da própria casa, em outubro de 2024. O autor do crime? Seu companheiro, que ocultou o corpo por um dia e, ao se entregar à polícia, disse que a vítima implorou pela própria vida, mas “quanto mais ela pedia, mais golpes levava”.

Nesta quinta-feira (07), a partir das 9h, familiares e amigos de Silene vão se reunir em frente ao Fórum de Marechal Deodoro, em Alagoas, em um ato simbólico para acompanhar o julgamento de Henrique, o assassino confesso. Vestidos de branco ou com elementos que representem a ancestralidade, eles exigem justiça em um caso marcado por brutalidade e racismo religioso.

Henrique alegou não aceitar a religião da companheira, afirmando que Silene “praticava magia negra” e o teria induzido a cometer outros crimes. Silene era praticante do candomblé, Ekedi de Oyá, papel de grande importância no terreiro, exercendo funções de cuidado, proteção e condução dos rituais religiosos.

Mesmo tendo confessado o feminicídio, Henrique arrolou como testemunha de defesa a filha da vítima, o que revoltou a família. Para eles, trata-se de mais uma tentativa de manipular o processo e violentar simbolicamente aqueles que ficaram.

O ato desta quinta-feira busca chamar a atenção das autoridades e da sociedade para a gravidade do crime, que envolve não apenas feminicídio, mas também intolerância religiosa.

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