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Nicolinha: asteroide recebe nome em homenagem à astrônoma mirim alagoana

Entre Marte e Júpiter, em pleno Cinturão de Asteroides, há agora um pequeno corpo celeste que carrega um nome especial para os brasileiros: (292352) Nicolinha. A escolha é uma homenagem a Nicole Semião, a “astrônoma mirim” de Alagoas que, aos 12 anos, se tornou referência na divulgação científica para crianças e jovens.

A decisão foi oficializada pelo Working Group for Small Bodies Nomenclature (WGSBN), da União Astronômica Internacional, e publicada no Boletim nº 5, edição 19, em 11 de agosto de 2025. É um reconhecimento raro — e poderoso — para uma trajetória que começou cedo e segue inspirando.

Uma estrela desde cedo

Nascida em 2012, Nicole se apaixonou pelo céu antes mesmo de saber todos os nomes das constelações. Aos 4 anos, fez um pacto consigo mesma: trocaria todas as festas de aniversário por um sonho, ganhar um telescópio. O presente chegou aos 7, e junto com ele, um novo universo de descobertas.

Aos 6 anos, participou do seu primeiro curso de iniciação à astronomia no Centro de Estudos Astronômicos de Alagoas. Desde então, multiplicou palestras, ajudou a detectar 80 asteroides e participou de projetos de ciência cidadã que despertaram a curiosidade de centenas de crianças.

Reconhecimento internacional

O mundo não demorou a notar seu talento. Em 2022, com apenas 8 anos, foi a única brasileira na categoria astronomia da lista do Global Child Prodigy Awards (GCP Awards), que reúne 100 crianças-prodígio do planeta. Em 2025, voltou à lista, desta vez representando as Ciências Espaciais e a Astronomia. Atualmente, é embaixadora mirim do Pop Ciência, iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

“Eu fiquei muito emocionada com essa homenagem. Estou muito feliz em ter a honra de ter o meu nome em um asteroide, que é o campo de estudo que eu mais amo na astronomia”, disse Nicolinha.

Mais que um nome, um legado

Órbita do asteroide 292352 Nicolinha, que fica no Cinturão Principal de Asteroides, entre Marte e Júpiter. Crédito: SSD/JPL/NASA

O asteroide foi descoberto em 26 de setembro de 2006, mas só recentemente recebeu a confirmação e o novo nome. Para o diretor do Observatório Nacional, Jailson Alcaniz, a história de Nicolinha é prova viva de que a curiosidade pode mudar destinos.

“Quando levamos a ciência para perto de jovens e crianças, despertamos perguntas e mostramos que a descoberta científica pode estar ao alcance de todos. A Nicolinha é exemplo disso.”

Hoje, Nicole continua a inspirar novas gerações, lembrando que o caminho da ciência é feito de persistência. “Estudem e se dediquem bastante. Mesmo que pareça difícil, continuem. Assim vocês vão alcançar seus objetivos.”

*com Informações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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